27.4.10

Das mudanças


Hoje fui supreendida. Com a notícia de casamento de uma amiga, a mesma que há menos de uma semana me tinha surpreendido por estar grávida. Hoje fui supreendida. Com a notícia de um despedimento, daqueles que nunca imaginei que acontecesse, pois tinha essa amiga no lugar dos intocáveis.

Hoje percebi como a vida não pára para nós pensarmos nela e a organizarmos em calendário. Hoje percebi que não há inevitáveis e que não há ninguém que seja insubstituível, por mais que se pense que sim. Hoje percebi a fragilidade dos planos e das vidas. De como tudo muda e nos ultrapassa.
Da que chorava e não se conformava com o azar e se achava solteira para sempre, até passar a ter uma relação feliz e um anel e bebé a caminho, da que via as amigas à volta a serem despedidas e ela a ser aumentada de trabalho, a revoltar-se de incompreensão e de choque por ter também ela um papel de adeus nas mãos.

Ontem eu. Hoje ela. Amanhã tu.
Amanhã eu. Hoje ela. Ontem tu.

23.4.10

Espírito novo


Cheguei à conclusão que este blog é maioritariamente lido por teenagers. Sem qualquer problema sobre isso, sem preconceito e sem exclusão, não posso deixar de pensar o que é que isso diz sobre mim e o que escrevo. Tendo eu o dobro da idade a maioria das pessoas que me lê... I wonder...

A bem da verdade quando tinha 14 anos davam-me 18/19, quando tinha essa idade, davam-me 24/25, no dia que fiz 25 deram-me 31/32, e agora que os tenho dão-me 24 anos, às vezes 26... o que é bom. É sinal que aparento isso, porque me dão essa idade mesmo antes de eu abrir a boca. Mas isso não invalida que eu fique a pensar no fenómeno idade-das-seguidoras, que se passa por aqui. Por favor não me respondam. Ou se o fizerem, mintam. Mintam generosamente.

22.4.10

16.4.10


Não me arrependo das horas que perdi a esperar-te quando ainda havia a esperança.
A esperança que havia ainda quando,
a esperar-te, perdi horas de que não me arrependo.


[A Casa, a Escuridão - José Luís Peixoto]

14.4.10


"A line is a dot that went for a walk."

[Paul Klee]

13.4.10


A partir de hoje vou passar a ser
mais a espectadora e menos a palhaça.

12.4.10

Um fim-de-semana


Um fim-de-semana é cheio quando é feito de espontaniedade. De repentes. De malas feitas a correr e de confusões. De acelerador e de jantar um sabor conhecido num sítio antigo. Um fim-de-semana é cheio quando nos surpreende com calor, demais, mais do que se espera, mais do que se quer. Quando nos leva a comprar peixe fresco pela manhã e a ver o mar chão verde água à transparência. É feito de almoço de polvo e de improvisos e de pés descalços na areia, na água primeiro fria e depois morna, é feita de pés descalços a subir pisos. É feito de passeios e velharias, mesas com segredos e de um sotão antigo que não está para venda, mas que a história dele desvenda. É feito de baloiços e de mangueiradas nos pés. De relva e de moleza morabeza. Um fim-de-semana em cheio é feito de arroz de tomate e bife de atum. É feito de muralhas, sem pedras, nem castelo. E é feito do colo e do
fogo de uma princesa.

9.4.10

Canção segredo

Eu queria ser
alguém melhor
e ter assim razões
para crer
que o nosso amor
te importa
e me vais abrigar
se em teu coração
começar a chover
calando assim
a voz que me diz

nada mais o amor te deve
mas é o coração que o escreve
não queria temer pelo pior
nem pelo que o futuro pode ou não
vir a trazer
e se o nosso amor acabar
meu amor eu juro
que eu não quero mais viver

calando assim
a voz que me diz
nada mais o amor te deve
mas é o coração que o escreve

meu amor
não cantes esta canção
ela não pertence
ao mundo que eu quero
para nós
ela não vai embalar
o nosso amor.


[manel cruz - foge foge bandido]

8.4.10

Após uma espera longa, muito longa

Daqui a três horas o encontro.


6.4.10

Blue Voodoo



Quando for grande,

quero voltar
a ser pequena.




5.4.10

Three advices





Para quem é mais distraído.
Post-its daqui