15.6.09

A viagem às capitais Românticas


Afinal, não se revelou assim tão romântica. Pelo menos para mim. Mas isso foi porque me esqueci de meter o romantismo dentro da mala de viagem, e confirmei isso quando regressei e o vi esquecido em cima da cama, juntamente com um par de meias e duas t-shirts. Mas adiante.


Gostei da viagem e gostei de Praga, não tanto de Budapeste, mas confesso que não adorei nenhuma das duas, nem foram as cidades mais bonitas que já vi. Honestamente, não sei se é das cidades ou de mim. Quer-me parecer que o meu comprimento de onda não esteve muito bem sintonizado durante toda a viagem. Fui e vim um pouco apática, mas paciência, são coisas que acontecem.

Praga antiga, do outro lado da ponte de Carlos, é linda, com ruelas e esplanadinhas e restaurantes e pequenas casas, e pontes, e esconderijos que levam a outros e desses a zonas amplas e dessas a outras surpresas. Essa parte ajudou, definitivamente, a que eu gostasse de Praga. Há algumas reminiscências, aqui e ali, de Santiago de Compostela, e é uma cidade estranha, no sentido em que se transforma radicalmente com o sol e com o céu carregado. Quero com isto dizer que fica bonita e com uma mística muito curiosa quando chove e o céu está cinzento, mas por outro também é bonita e dourada quadno o sol brilha. E esta dualidade foi o que mais gostei... olhar para o mesmo monumento e vê-lo com duas lentes diferentes.

Quanto às mulheres lindas de Praga, lamento mas não vi. A porporção é igual em Lisboa, em 100 há 4 deslumbrantes. Ou então andei nos sítios errados, ou então as raparigas efectivamente deslumbrantes estão todas a dormir de dia e a trabalhar nos cabarets e "afins" de noite. Ou não fosse Praga conhecidíssima, e um destino muito procurado, pelas Stag Parties (despedidas de solteiro) e também Hen Parties (despedidas de solteira), sendo que as primeiras dominam a cidade. Vi muitos grupos só de homens (cada oito, dez, doze tipos), todos identificados como pertendendo a uma despedida de solteiro - e os desgraçados dos noivos - mascarados em tristes figuras.

Os habitantes no geral e funcionários de serviços públicos são de uma antipatia e má-educação indiscritíveis. Não só levei com portas a fecharem-se na minha cara, cortinas de guichés a serem corridas à minha frente a meio de uma pergunta, a sermos totalmente ignorados quando queríamos comprar bilhetes para o espectáculo de marionetes, a desviarem-nos a cara a meio de uma explicação, a darem-nos informações parcas e erradas na estação de comboios e a quase me terem batido, porque pedi ketchup no cachorro, ao que me responderam com muitos maus modos e agressividade: "couldn't you have said that in the beginning?!?!???????". Também deu para perceber que o inglês não é a segunda língua deles, e que muitas vezes não estavam a perceber nada do que estávamos a dizer, pelo que nos respondiam com evasões e caras de lado, mas no caso da banca de cachorros, a senhora, pelo menos para refilar, dominava bem a língua de sua majestade.

Quanto a Budapeste, o primeiro contacto não foi brilhante, uma vez que chegámos de comboio e a estação (bonita e parecida com Santa Apolónia) está imunda, e à saída desta, só obras obras e obras. O cenário piorou quando chegámos ao Hostal... indiscritível o cheiro e o aspecto do hall e das escadas do prédio que davam acesso a um segundo andar de habitações. Foi um susto aquela chegada.

Sobre a cidade, não diria que Budapeste foi uma desilusão, mas não lhe senti alma. Se o lado de Buda é mais histórico e monumental,o lado de Peste é mais cosmopolita, mas uma pessoa não se sente nem numa grande cidade desenvolvida nem numa cidade com grande carga monumental e de beleza histórica, então a sensação com que se fica é um pouco "está quase lá" mas falta-lhe qualquer coisa.

Quanto às noites de rock'n'Roll não descobrimos nada, nem sítio nenhum nocturno para poder sequer perceber isso (embora continue na esperança que seja verdade e que nos tenha faltado a nós qualquer coisa). Vimos sim, na tentativa de passeio nocturno pelas margens do Danúbio, perto da zona mais "cara" de esplanadas e restaurantes, umas quantas meninas prostipêgas. Isso vimos.

Em Budapeste o ponto alto foi definitivamente a ida às termas. Foi fabuloso. O sítio envolvente é lindo, as termas são o bendito paraíso (de acesso a todo o pé de chinelo, no entanto) e é a verdadeira sopa de países, tendo nós optado pelas Termas de
Szecheny, com uma frequência mais jovem (disseram-nos), onde estavam a partilhar as mesmas águas escaldantes, americanos, canadianos, australianos, portugueses, espanhóis, italianos, franceses, árabes, chineses, russos, checkos, húngaros... e sei lá mais eu.

Aqui ficam algumas fotografias , mais artísticas, por assim dizer:






















































































E foi isto.

2 comentários:

Zevin Hill disse...

Rica viagem, sim sra!!!
Também já lá fui e gostei muito...
100% de acordo quanto às termas!! They ROCK!!!!

Vou começar a ponderar o Luso ou S.Pedro do Sul como opção de férias (daqui a 30 anos, claro)

T disse...

E esteve lá quando? No Inverno ou no Verão?

As termas são de facto um MUST!