Este fim-de-semana estive com várias amigas e falei com outras tantas por telemóvel, e não pude deixar de acabar o meu domingo a pensar em tudo o que observei e ouvi. Não sei se é do Verão, se são o raio dos planetas, mas andam aí algumas cabeças viradas do avesso, ou para o lado errado, ou para o lado de dentro, que é como quem diz, a fazer asneira e mal à cabeça de outros. Estive a observar e a escutar as queixas e desabafos de amigas juntas, casadas, enamoradas e decepcionadas, e digo observar, porque mais do que o que elas dizem é o que não dizem e nós vemos. Uma juntou-se há pouco tempo, após um namoro também curto (tudo junto ainda nem fez 1 ano) e para além dos efeitos visíveis ganhos da vida mais sedentária (mais 7 quilos), perdeu muita da genica e alegria que lhe conhecia. Está bonita, até ganhou um tamanho de soutien e tudo... mas, perdeu-se ali uma efusividade que lhe era reconhecida. Outra das mulheres está numa relação há cerca de 2 anos e também se deixou engordar (uns 8 quilos talvez), perdendo aos poucos os traços e as características que a definiam, numa relação com alguém que eu acho que não a merece, que há um ano atrás acabou com ela assim sem mais nem menos numa conversa de café, mas que depois reconsiderou e recomeçou, mas a mim deixou-me sempre aquela dúvida da intensidade dos sentimentos dele para com ela. A outra, casada há quase 1 ano, autêntica dona de casa, a limpar a porcaria que os amigos do namorado faziam e a aturar as fitas e bebedeiras de um grupo de trintões sem objectivos na vida, mas cheios de papel, resignada, porque não vai poder mudar nada, encostada ao balcão da cozinha a encolher os ombros e a dizer que era assim e que tinha de aceitar. Para acabar, no domingo recebo um telefonema de uma amiga que é uma fortaleza de mulher, desfeita em lágrimas, porque a aventesma que ela calhou a apaixonar-se, já lá vão 2 anos, e a quem ela deu a chave da casa dela - por iniciativa dela, sim, mas sem nunca ter cobrado nada - tem um ataque de esquizofrenia (só pode) e diz-lhe que é só um amigo e que vê, sai e fala com quem quiser.
Posto isto, chego hoje de manhã ao meu computador com este título na cabeça a martelar-me desde ontem, preparada para escrever este post e antes disso, num périplo rápido pela blogosesfera, leio isto no blog da Pipoca Mais Doce, e começo a achar que as luas e os planetas decidiram todos virar e entrar em ciclos retrógrados e o que mais haja para complicar, e que há, afinal, tantas, mas tantas, tantas outras histórias de mulheres que se contentam, que se conformam, que se acomondam com menos, porque se deixam levar pelo coração e põem a razão de lado tantas vezes, que um dia o coração não aguenta de tanto trabalhar por dois, acaba por morrer e deixa no mundo mais um casco de mulher.
[porque ainda há demasiadas mulheres que se contentam, que se ficam e que fazem delas e dos homens que lhes vão passando pelas mãos, pessoas menos exigentes e menos responsáveis pelos seus actos e o efitos destes nos outros]
8 comentários:
Poça. Em agosto passado fui passar ferias com um amigo. mal sabia eu onde me estava a meter. tanto pela relaçao que tinha com ele, como pela loucura que estava a cometer indo ter com ele. pois bem, aquilo nao acabou muito bem apesar de ainda hoje sermos amigos. mas onde eu quero chegar com isto, é que ele é mais velho, tem 25 anos, e as pessoas com quem fomos passar ferias, tinham todos mais de 27 anos, alias, a esposa do primo dele tinha 30 :|
Nada contra, sou uma pessoa que consegue conviver com todas as faixas etárias, mas fez me ver que eu quando chegar aos 30 nao queria ser como ela. :|
ela falava da casa que tinham comprado, linda por sinal, ela falava da roupa, da loiça, das contas... e eu ali sem saber muito bem o que dizer. normal, tenho 19 anos. mas eu nao quero ser assim:| nao quero chegar aos 30 e ter aquele estilo de conversas. :|
daí dizer que aos 30 me suicido. lol
Duas músicas INTEMPORAIS:
"You Can't Always Get What You Want"
"Estou Bem Aonde Não Estou"
Comum a homens e mulheres é, acho, esse Elixir da Eterna Juventude que é QUESTIONAR.
Não questionar é definhar...
Mai nada El Mariachi!!
Não definharemos nunca! Nem que tenhamos de injectar botox na mioleira.
clap!
clap!
clap!
(agora que tenho tempo, visito-te todos os dias... até ao dia em que voltarei a não ter tempo).
Pois eu não acho que ter um relacionamento com alguém implique necessariamente ter de se contentar com menos do que aquilo que se quer. Dá bem mais trabalho lutar pelo relacionamento e lutar pel ap´ropria identidade, é verdade. Mas, mais do que possível, é saudável. Mal andam as coisas quando a pessoa olha ao espelho e não se reconhece, já nem sabe do que gosta e vê as calças deixarem de lhe servir e nada faz!
Não há que conformar-se nem resignar-se. O melhor é mesmo encontrar alguém cujo mundo encaixe no nosso e vice-versa. Menos mal é pôr um ponto final a tempo, isto é, antes de se perder a própria identidade.
Pois parece que é um mal geral, andam aí relações muito estranhas, muito mesmo...também tenho falado disso, deve ser do calor :)
se o inverno resolvesse...mas n, as temperaturas n têm influencia, a falta de humanidade sim. o Egoísmo tb e a dose avantajada de esquizofrenia tb...
Gostei muito deste post. Ainda há dias desabafei no meu blog sobre o karma que existe (será que sim?) na vida amorosa de cada um e sobre como às vezes sujeitamo-nos a papéis passivos em relações. Infelizmente fui uma destas raparigas que descreveste e agora que acordei - passados 7 meses do fim da minha relação - estou a esforçar-me por erguer e seguir em frente, sem medo dos traumas.
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