30.9.09

Heshe


Teimava em comprar t-shirts de tamanho demasiado pequeno e em pintar o cabelo, mesmo sem ter brancos. Insistia em manias que já se tinham tornado ridículas só pela insistência de continuarem a existir e não por ainda serem realmente maneiras. As novas perdiam credibilidade. E depois tinha certezas, muitas vezes absolutas, que confirmava no segredo do seu lar, às escondidas, usando as tecnologias ou o manancial de livros que o rodeavam. Sentava-se na esplanada com os cigarros pretos de sabor a chocolate, acompanhado de um caderno preto e de um lápis, e sorvia de um só trago o café demasiado quente para lhe conseguir sentir o sabor. Preferia o caderno ao computador, porque os seus dedos disléxicos distorciam-lhe o sentido das frases e a ortografia das palavras que tanto prezava. Até neste texto, na quarta linha em vez de escrever “manias” escreveu “maneiras”, porque os seus dedos eram extremidades soltas que ganhavam uma electricidade própria quando perto de equipamentos electrónicos. Por isso preferia sempre um caderno preto, com um cordel que saía da contra-capa e atava à capa numa espiral ordenada.

Os seus passos eram dados a escapar, dos olhares alheios, por virar os seus sempre para baixo, pregados nas linhas do eléctrico ou nas palavras dos outros, que muitas vezes tomava para suas.
Um dia desses, um dia comum, esbarrou. Alguém ao inverso cruzava o caminho. Olhava para cima, para os fios da cidade e caminhava de olhos pregados nas janelas, desmasiado abertas e iluminadas, em jeito de provocação. Parou e por uma vez olhou em frente.


A minha dança da chuva, parece ter resultado.

29.9.09

"I talk before I think, you shoot before you know (...)

So somehow we're the same, we're causing people pain (...)"


[kings of convenience - rule my world]

28.9.09

Asfixiei a Insónia com a almofada e nem assim ela morreu.

Chorei e não devia

Fui ver a performance teatral "As passagens do tempo" no Museu da Electricidade, e embora a peça em si não fosse de cariz dramático nem triste, com excepção para um texto particularmente emotivo - o penúltimo - que começava assim "sei quando é que vou morrer. Vou morrer no dia 6 de Outubro de 2018. Eu sei. Sei que daqui a cerca de dois verões vou conhecer uma rapariga e sei que o meu pai vai falecer daqui a três verões..." e era mais ou menos esta a sequência.
Mas chorei e não devia. Chorei de raiva, de revolta de tristeza. Chorei de assunto mal-resolvido. Chorei porque devia ter tido a coragem de falar com X, de ter tentado mais e mais e com mais força e mais uma vez. Chorei com pena de mim própria. Chorei de revolta por um assunto que pensava estar arrumado na minha cabeça, mas que não ultrapassei ainda. Chorei porque aquilo que é meu não me pertence.


24.9.09

Notas mentais:

1 - Nunca ir à secção de informática da Fnac à hora de almoço, vestida com uma t-shirt e calças coleantes e munida de uma boa dose de mau-génio, pois a zona é habitada só e apenas por elementos do sexo masculino que devem sentir as feromonas a saltar.
2 - Nunca ir à Fnac munida de dinheiro e fúrias, pois corro o risco de gastar 220€ num ipod ou telemóvel novo.
3 - Não ir a um centro comercial com dinheiro e neura, sob risco de compras impulsivas e compulsivas, que vão certamente ser todas devolvidas (este tem a ver com item anterior, mas não só).
4 - Nunca comprar arroz árabe para almoçar, aquecê-lo no microondas e constatar que a embalagem de plástico está derretida no final, porque aumenta a probabilidade de amanhã acordar com um cancro.

[mas valeu a ida: kings of convenince ticket já cá canta.]











Em versão dupla












[esta imagem vale por ela própria, mas apesar de tudo, a quem me lê preciso de fazer parêntesis. porque já devem ter-se deparado com uma ou outra dislexai nso meus textos - não imaginam as que eu corrijo - e porque tenho um gato chamado Romeu, e porque há muitos muitos anos brinquei no Teatro com esta peça de Shakespeare, que re-intitulámos de Romieta e Julieu]

Imagem retirada daqui

23.9.09

Mrs. Cold [it's me]



Hey baby, Mrs. Cold

Acting so tough,
didn't know you had it in you so be hurt at all
You waited too long
You should've hook me,
before I put my raincoat on

Oh can I get it
Oh can I see
You were fronting because
You knew you'd find yourself vulnerable around me
Oh can I get it
Oh can I see
You feel vulnerable around me

Hey, baby
what’s going on?
You lost control and you lost your tongue
You lost me
Deaf in my ear
Nothing you can say is gonna change the way I feel

Oh can I get it
Oh can I see
You were fronting because
You knew you find yourself vulnerable around me

Oh can I get it
Oh can I see
I step too close to your boundaries

You wanted nobody around to see
You feel vulnerable around me

Hey baby
What is love?
It was just a game
We're both playing and we can’t get enough of
We're both playing and we can’t get enough of
We're both playing and we can’t get enough of



[Kings of Convenience]

Love you boys



[i'll never feel saturation for this guys. Mal posso esperar para os ver ao vivo at Great Beautiful London]

22.9.09

50. OBA!

[agradecida]

É do caos que nasce a arte

E o meu espaço está tão imaculadamente arrumado.

21.9.09

Coutdown


Há quem festeje os 100, os 500 ou o milhão.
Eu fico contente por festejar os 50.
Só falta um.

Seguidores deste singelo e bipolar blog os meus agradecimentos.


[e hoje celebra-se também o início da minha estação. sou uma filha do Outono. cheers.]

18.9.09

Obrigada não é ele próprio uma contradição?


Porque se eu retribuo um favor, uma gentileza, uma ajuda ou resposta que seja - partindo do princípio que é feito de livre vontade - com um "obrigada", a mim soa-me sempre a uma insinuação contraditória de que a outra pessoa o fez obrigada.


[eu prefiro dizer agradecida ou grata, mesmo podendo parecer uma do Restelo]

17.9.09

Love the idea
















[The idea here]

Isto é provocação ou isto é provocação?!?



[A tentar organizar-me - mais duas alminhas - para irmos a
Londres no 5 de outubro, o que não está fácil, e estes fulanos a brincarem comigo!]

Insónia

Se não a podes vencer,
dança com ela.

Enjoy!

Desapareceu de sua casa


Já a procurei em todo o lado. Nos sítios mais óbvios e nos lugares inesperados. Na esperança de decifrar um estratagema de esconderijo mais apurado. Mas nada. Em nenhuma das caixas, e são muitas. Não estava nas gavetas. Nem nas grandes, nem nas pequenas. As meias também não a viram. Debaixo da cama vazio. Procurei na cozinha, dentro do frigoríco, nos vasos e até no cesto do pão. Vi debaixo do sofá, das cadeiras, afastei almofadas, revirei armários. Parti para o baú das revistas velhas, para os cortinados, nos copos das velas. Nada. Tentei nos cantos do tecto, não fosse estar aprisionada por uma aranha. Levantei todos os tapetes, afastei os móveis. Tirei os quadros. Pedi ajuda ao gato para a encontrar e continuou a ser nada o que encontrei. Não sei da minha inspiração.

14.9.09

[In]Capacidade



















[de destruição impressionante].
Leia-se no rótulo de instruções que me acompanham.

Podem chamar-me Boneca Russa
















Tenho muitas eu dentro de mim e eu sou uma junção de várias. Todas muito parecidas, mas nenhuma das eu são exactamente iguais.

Ontem a esta hora decidi perder-me em St. Petersburgo

Podem pensar que era por não querer voltar. Mas é mentira.

3.9.09

Lisboa fica a 4573 quilómetros de Moscovo e vice-versa.


[Do svidaniea
. Volto em breve]

Recently in love...




















Agora que viram, querem ouvir?
É só irem aqui ou aqui

[love feminine women with balls and attitude singing]

Fiquei sem espaço
na minha caixa de recordações.
Ontem arrumei as últimas.

2.9.09










© by T.




Until we bleed


I'm naked
I'm numb
I'm stupid
I'm staying
And if Cupid's got a gun, then he's shootin'

Lights black
Heads bang
You're my drug
We live it
You're drunk, you need it
Real love, I'll give it

So we're bound to linger on
We drink the fatal drop
Then love until we bleed
Then fall apart in parts

You wasted your times
On my heart
You've burned
And if bridges gotta fall, then you'll fall, too

Doors slam
Lights black
You're gone
Come back
Stay gone
Stay clean
I need you to need me

So we're bound to linger on
We drink the fatal drop
Then love until we bleed
Then fall apart in parts

Now we're bound to linger on
We drink the fatal drop
Then love until we bleed
Then fall apart in parts

[Likee Li]

Ontem à noite
lavei o Verão
e estendi-o no varão
do meu estendal.