31.5.10

Precisava tanto que me saísse o totoloto, o euromilhões, a lotaria ou um tio rico.


Juro-vos que o dinheiro iria ser muito bem empregue, e uma boa parte dele doado a instituições de solidariedade e de ajuda a animais. Juro-vos. Estou sedenta de boas acções e a rebentar de boa-vontade, mas não tenho condições para o fazer. Não há maneira de o departamento de jogos da Santa Casa da Misericórdia e o Governo Civil entenderem isto.

26.5.10

Ontem fui ao concerto sim, com um bilhete conseguido há menos de um mês, ganho ao poker, por isso não paguei por ele. É verdade, ainda há milagres.


E sim, estive sentada na quarta fila, mesmo em frente. E sim apetecia-me levantar para dançar às vezes e sim fui aquela parva que fez o simbolo X com os braços. Mas não fiz sozinha. Afinal são precisos dois X para dar o nome aos moços. Resumindo e baralhando, sim, foi um concerto catita, tenho algumas filmagens mas ainda não as decarreguei, mas acreditem na minha palavra que chega.

24.5.10

Houve um tempo

Houve um tempo
em que a monotonia
era o meu único tormento.
Houve um tempo
em que o tempo
passava numa sintonia
lenta como um
sofrido lamento.
Houve um tempo
em que tudo parecia
que sim,
para depois virem uma série de
talvez.
Ai...
que nem sabem
o que o talvez me fez.
Houve um tempo
em que sim,
que não,
que sim,
que não.
Um tempo de decisão
que levou com um
não para um lado.
Houve um tempo
de indefinição
em que o meu maior lamento
foi não ter escrito mais
sob aquelas lágrimas
de tortura e comoção.

21.5.10

Notas mentais para outros que não eu.



A todos os que têm conhecidos, familiares, namorados(as), esposos(as), amigos(as) e afins, sem emprego neste momento, é de evitar os seguintes comentários:


- "Aaah pois que isto está muita complicado."
- "Bem, daqui para a frente só vai ser pior."
- "Epá conheço malta com grandes CVs desempregadas há mais de um ano."
- "Isto está mesmo muita difícil."
- "Isto aconteceu-te na pior altura possível."
- "Tu agora não vais conseguir nada. Não há nada..."


Agradeço as palavras simpáticas que tenho ouvido até hoje, todas dentro deste registo. Não ajuda meus caros, não ajuda e são perfeitamente desnecessárias. Sabem porquê?!?
Porque quem está nesta situação não precisa de mais negativismo nem de ser mandado mais a baixo, nem que lhe digam como é a situação, pois conhece-a muito bem. Está nela e sente-a na pele, exactamente todos os minutos do seu dia.

17.5.10

Desamparo


Tiraram-me o chão dos pés e ainda não o voltaram a pôr.
Estou em queda livre desde então. A sensação é a de começar a cair no vazio e esperar que a qualquer momento se encontre terra onde pousar, mas esse pedaço de chão nunca chega.
Há cinco meses precisamente que estou assim. É como se tivesse sido atirada de Júpiter, ou já ter percorrido duas vezes e meia o diâmetro da terra e continuar sem saber quando e onde vou aterrar.

13.5.10


O silêncio
corta
a faca.
Uma porta
a abrir.
Sem chiar.
Um rugir
sem se
ouvir.
Toca,
toca,
toca
o som
do acordar
e nem assim
o silêncio tem
modo
de despertar.

7.5.10

59 euros depois

Dois biquinis novos
Um corte de cabelo novo


[e a felicidade comprada]

A espera


Demorei desde que nasci até ontem para te encontrar. Demorei todos os dias, de todas as horas que respirei. Demorei todos os sonhos e ilusões, todas as desesperanças. Demorei mais minutos do que segundos de suspense, mais dores do que amores. Demorei todos os quereres e teres, todas as posses passageiras. Demorei a vida até ontem. Até que o meu outro eu me visse, ao passar. E eu ficar.

5.5.10


ENA ENA.
Já somos 80.



[leia-se isto a rimar]


"Não leves a mal que eu esteja com uma camisola de manga curta quando fores ler tudo isto.
E digo-o pela simples razão de que o calor da tua alma dá para agasalhos de homem cansado, farto de virar páginas à vida e aos livros."


[Carta a um jovem antes de ser poeta - José Alberto Marques]

A razão do estado de abandono deste blog

Pronto, já passou.

[embora, ao escrever um palavrão, pulularam logo as seguidoras.
Deve ser pela identificação do estado de espírito.
A avaliar pelo que vi hoje no trânsito havia muita gente como eu.]

4.5.10

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