27.3.08


Os corredores dos centros comerciais já não eram grandes demais. Os sacos que carregava não eram sufientes ainda. Os chocolates, os bolos, os cigarros, os copos. Nada lhe chegava e cada vez consumia mais. Mais corredores, mais sacos nas mãos, bolos e chocolates por ingestão e apertos de cigarros e copos no coração.
Doses de adrenalina libertada em discotecas e ginásios,
música aumentada, horas de sono duplicadas, banhos multiplicados. Cada vez mais. Cada vez mais. Em excessos, em retrocessos. Cabeça doente, corpo demete. Às voltas, às voltas pelos corredores dos centros comerciais, cada vez mais carregada. De sacos, de mágoa. Carregada com tudo. Mas cheia de nada.

Pinóquio


Parti-te as costas aos meio e corri a colá-las com fita-cola. Com muito jeito. Levantei-te e a tua verticalidade estava quebrada. Não voltarias a ser um homem, muito menos um Senhor. Desculpa. Não te queria partir ao meio, mas vê as coisas pelo lado positivo. Há coisas que acabam por ser melhor para ti, assim. Agora estás perfeito e vais facilmente integrar-te no nosso meio e arranjar
um emprego. Tens todas as características necessárias.

Desculpa.
Espero que não te doa muito.
A partir de agora.

6.3.08

Pandora - Cocteau Twins

O vídeo é estático, o som é dos piores, mas eu estou numa de "revival".
Música antiga, antiga... mas mesmo assim ainda gosto.
Não sei se pelas recordações boas que traz,
se por todas as coisas tristes que consegui deixar para trás.

Ponham os fones e fechem os olhos...



3.3.08

Medrosa

Entre as idas e as vindas tenho medo de te perder.
Para os outros. Para a morte. Para a vida.
Mas como é que se pode perder o que não nos pertence?