28.8.09
27.8.09
25.8.09
Equilíbrio
"Equilíbrio é a habilidade de olhar para a vida a partir de uma perspectiva clara - fazer a coisa certa no momento certo. Uma pessoa equilibrada será capaz de apreciar a beleza e o significado de cada situação seja ela adversa ou favorável.
Equilíbrio é a habilidade de aprender com a situação e de prosseguir com sentimentos positivos. É estar sempre alerta, ser totalmente focado, e ter uma visão ampla.
Equilíbrio vem do entendimento, humildade e tolerância. O mais elevado estado de equilíbrio é voar livre de tudo e, ainda assim, manter-se firmemente enraizado na realidade do mundo."
by Brahma Kumaris
(Om shanti)
Quiet
A cidade está quase vazia. Quase se houve o silêncio impossível do resto do ano. Não deixa de ser estranho. Entre a ausência de barulho ouve-se a Europa parlar italiano, or speaking English. Na cidade quase vazia, ouve-se o silêncio sem esforço. Impossível no resto do ano, não deixa de ser estranho.
24.8.09
21.8.09
Livro do zero 0.2
Fugia e esquivava-se de dar explicações mais alongadas. Queria que os outros a percebessse. A lessem, sem legendas. Sem explicações. Mas era difícil encontrá-lo. E um dia começou a ouvir-se, sem que a sua boca se mexesse. Era a boca de outra pessoa. Sem ter dito nada, julgou-se fácil. Olhou à volta. A boca falava, falava e ecoava a sua própria voz. E ela olhou, olhou e julgou-se parva. Era a boca de outra pessoa que falava.
Quis parar de a ouvir. Tapou os ouvidos. Pediu-lhe, mas a boca da outra pessoa não se calava.
20.8.09
19.8.09
A solidão e a solidão
«Há duas formas de solidão, não há? Há a solidão do isolamento absoluto, o facto de viver fisicamente só, de trabalhar só, como eu sempre fiz. Não é necessariamente doloroso. Para muitos escritores é essencial. Outros precisam de um grupo doméstico de servidores femininos para lhes dactilografar os malditos livros e lhes manter os egos bem insuflados. Estar sozinho a maior parte do dia significa que estamos a escutar ritmos diferentes, ritmos que não são determinados pelas outras pessoas. Penso que é melhor assim. Mas há outro tipo de solidão que é terrível de suportar – Fez uma pausa. – É a solidão daqueles que vêem um mundo diferente do das outras pessoas. As suas vidas nunca se tocam. Tu consegues ver o abismo e elas não. Tu vives entre elas. Elas caminham sobre a terra. Tu caminhas sobre vidro. Elas encontram segurança na conformidade, em similitudes cuidadosamente construídas. E tu mascaras-te, consciente da tua absoluta diferença»
«A solidão também necessita de identificação» by Patricia Dunker
[thank you B.Vilão]
Livro do zero 0.1
Tem um sorriso invertido vincado na cara. Nem sabe bem o porquê, para além das razões óbvias, de se sentir assim tão distante e reflexiva. Essa expressão tardava a desaparecer, durava há tempo de mais num rosto tão jovem. Eram quase onze da noite e estava a fazer o seu jantar, a sua refeição individual, a terceira do dia mal alimentado, e questionava-se se iria ser assim por muito mais tempo. Refeições a horas disparatadas, sozinha. Sempre sozinha. Quanto mais pensava mais o seu sorriso invertido se vincava num rosto bonito que perdia a juventude de dia para dia.
A idade efectivamente já começava a ameaçá-la de um futuro sem partilha. Nunca precisara muito dos outros, mesmo quando precisava evitava-o a todo o custo. Não gostava da sensação de perda de controlo e poder sobre si, ao ponto de ter de confiar-se a outros. Mesmo quando precisava de ajuda raramente pedia. Dava-se a entender. E para os bons entendedores, meio sinal bastava.