Fugia e esquivava-se de dar explicações mais alongadas. Queria que os outros a percebessse. A lessem, sem legendas. Sem explicações. Mas era difícil encontrá-lo. E um dia começou a ouvir-se, sem que a sua boca se mexesse. Era a boca de outra pessoa. Sem ter dito nada, julgou-se fácil. Olhou à volta. A boca falava, falava e ecoava a sua própria voz. E ela olhou, olhou e julgou-se parva. Era a boca de outra pessoa que falava.
Quis parar de a ouvir. Tapou os ouvidos. Pediu-lhe, mas a boca da outra pessoa não se calava.
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