1.2.11

Finitude


Ando com a sensação de finitude. Não é clara a sensação de ir morrer já, mas parece-me que ganhei a percepção de que isso pode acontecer a qualquer momento, mesmo. Talvez por isso esteja desregrada nos meus excessos, de toda a espécie. Basicamente, sinto que não tenho nada a perder. Vivo sem pensar nas consequências, no amanhã, no que os outros possam pensar. E é muito libertador isto. O problema é estar rodeada de pessoas que não viram a sua finitude, e a consciência as obriga a seguir as normas, a serem contidas, a pensarem no depois. Fui assim muito tempo. Mas agora, e hoje particularmente, tenho a sensação de que nada importa mesmo. Que não podemos planear a vida e controlar coisa nenhuma. A começar por nós próprios, ou ninguém teria cancro e ninguém teria doenças raras. Por isso, não quero nem saber, estou no ponto que antecede a finitude. Para mim vale tudo, porque tudo não vale nada.

2 comentários:

puPupiTu disse...

hoje, senti muitas saudades tuas. não sei porquê, mas senti. e pensei em escrever-te a dizer isso mesmo. achei que devias saber. mas antes disso, pensei em ler-te, aqui. e arrepiei-me. porque, parecendo que não, esta é também uma coisa que devemos fazer. dizer as coisas. antes que seja tarde.

tenho saudades tuas.

T disse...

...oohhh god... agora encheu-se-me o coração e os olhos...