21.2.07

Uma cidade



















Uma rapariga atrasada. Um casal de reformados. Uma mãe atravessa a estrada. Uma criança ao colo a chorar. Um homem sai do trabalho. Um autocarro passa. Uma rapariga tropeça. Um miúdo ri-se. Uma senhora acelera. Uma mota vira. Um casal troca abraços. Um pai pega no filho em braços. Um velho chora. Uma mulher olha para mim de lado na paragem de autocarro. Os semáforos continuam. A estrada não pára. Vendem a Cais e jornais. Mais uma paragem. Entra uma mulata com cara de farta. Uma rapariga atrasada para um encontro. Um miúdo a chorar. Uma bola perdida. Rola até ao fundo do mar. Um casal apaixonado. Um homem a beber. Um rapaz dá um piropo. Uma rapariga a corar. Um casal aos gritos. Uma mulher a divorciar-se. Uma rapaz ri com cara de apaixonado. Um velho à espera com um ar cansado. Tudo é repetido. Tudo é um fardo, no ritmo da cidade, longo e atrasado.

3 comentários:

João Cordeiro disse...

Simplesmente Divinal.

Beijo sonhador

Jorge Bicho disse...

Olá Tânia,

que bom passar por este teu cantinho. Sinto-me bem aqui, bebi um chá de hortelã com a tua cidade.
um beijo no teu coração.
JB

Phsl disse...

genial, sideral. estou chocado, enfeitiçado. lisboa dorme e não sabe. ou sabe e não dorme?