17.6.08
A Bela e o Monstro
Ontem, depois de um episódio do fantástico-concurso-reality-show chamado "The Swan" fiquei a pensar. Mas então uma pessoa só tem direito a que gostem dela na medida inversamente porporcional ao seu volume corporal? Eu explico. Parece que os homens americanos (e acredito que se encaixem muitos europeus) gostam das suas mulheres/ namoradas da seguinte forma: quanto mais magra mais gosto de ti, que é como quem diz, quanto mais engordas mais me afasto de ti.
Isto porque entre todos os senhores maridos/ namorados entrevistados poucos foram os que mostraram respeito e interesse pelos sentimentos da sua respectiva. Ora porque as achavam "muito vulgares", ora porque "sabiam que ela não era muito bonita, mas pronto, era assim!" até aos que com essa desculpa "beijava a rapariga do bar mas era só isso". Ora bem, eu não considero o povo americano muito evoluído emocional e espiritualmente (no geral), mas daí a deparar-me com estas barbaridades, acho um bocadinho demais. E eu não falo isto por dor própria, falo por uma questão de mentalidade.
Estes mesmos senhores mencionados anteriormente foram pois capazes de se juntarem às suas namoradas de há 4 ou 5 anos e outros muito corajosos conseguiram mesmo pedir em casamento as suas ainda namoradas de há... 7 ou 8 anos, porque parece que até lá "ainda não tinham bem a certeza se era aquilo". Acontece que em três milagrosos meses "aquilo" perdeu peso e barriga, ganhou mamas e um rabo rijo e parece que sim, que afinal era aquilo que eles queriam.
No entanto, este não é um discurso de atentado ao comportamento masculino. Também o é ao comportamenrto destas mulheres que mergulham na tristeza pelo facto do espelho não retribuir em simpatia o que elas dão em sonhos. Mas estas mulheres que só "tiveram relações sexuais umas 6 ou 7 vezes nos últimos 3 anos", que admitem "nunca deixar o marido olhar para elas despidas" carregam uma dor enorme e também as marcas de serem mães de serem esposas, irmãs, filhas, professoras e encarregadas deste mundo e do outro. E a mim chocam-me ambos os comportamentos. Os deles por terem um sentimento sincronizado com um espelho e o delas por não se amarem, por não se estimarem, por dentro. Acredito que as vidas difíceis que nos são relatadas não deêm espaço a grandes cuidados, mas e então a velha máxima "se eu não gostar de mim, quem gostará?" não se encaixa aqui perfeitamente bem? Talvez com esta frase em mente se percebam alguns dos comportamentos dos senhores.
Outra conclusão a que cheguei foi o facto de parecer também que o amor é porporcional ao tamanho mamário, isto porque, não houve mulher que passasse por aquele programa que não tenha levado com duas bolas de silicone, precisasse ou não, quissese ou não. Isso mesmo que leram. Houve uma concorrente que estava bastante renitente em colocar os ditos implantes, e chegou a perceber-se que não o iria fazer. Mas, surpresa das supresas!! Na revelação final, lá estavam elas, as 350 gramas de plástico a sorrir para nós. E adivinhem lá...
Sim! Esta "bela" teve direito a que o seu "monstro" a presenteasse com um pedido e um anel de noivado (só não sei se os quilates do diamante eram directamente porporcionais ao peso das "meninas").
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