Same place,
but hopping...
different shit.
31.12.09
29.12.09
28.12.09
Metamorfose
Lá dentro
muito dentro de ti mesmo
- nem sabes -
há muitos, muitos homens,
tantos,
talvez os homens todos,
num espaço emq eu não cabes,
ao abandono, a esmo,
amarrados, mudos,
como lobos,
ou parados, castos,
como santos,
espreitando os dias
que hão-de vir,
farejando os rastos,
disfarçando enganos,
à espera de subir...
E numa hora certa,
quando o contexto, a sorte,
a ocasião, a dor,
algum deles desperta,
hás-de sentir
rasgar o ódio
ou desenhar o amor,
e verás afinal,
que ser desconhecido,
existe em ti escondido,
atrás do baço, incolor,
homem formal,
adormecido.
[poema escrito numa folha de papel, guardada num livro há 17 anos... confesso que não me lembro da autoria, por mais óbvia que possa ser. Agradeço que me digam se souberem.]
muito dentro de ti mesmo
- nem sabes -
há muitos, muitos homens,
tantos,
talvez os homens todos,
num espaço emq eu não cabes,
ao abandono, a esmo,
amarrados, mudos,
como lobos,
ou parados, castos,
como santos,
espreitando os dias
que hão-de vir,
farejando os rastos,
disfarçando enganos,
à espera de subir...
E numa hora certa,
quando o contexto, a sorte,
a ocasião, a dor,
algum deles desperta,
hás-de sentir
rasgar o ódio
ou desenhar o amor,
e verás afinal,
que ser desconhecido,
existe em ti escondido,
atrás do baço, incolor,
homem formal,
adormecido.
[poema escrito numa folha de papel, guardada num livro há 17 anos... confesso que não me lembro da autoria, por mais óbvia que possa ser. Agradeço que me digam se souberem.]
Como esquecer
(...) As pessoas têm de morrer, os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar. Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. (...)
Miguel Esteves Cardoso - Último Volume - 1991
[sabia este livro de cor aos quinze anos. hoje caiu-me nas mãos enquanto o arrumava na nova estante. de novo só mesmo a estante. os anos passaram, o livro a desfazer-se de velho e eu... eu acho que isto nunca me tinha feito tanto sentido como agora.]
Miguel Esteves Cardoso - Último Volume - 1991
[sabia este livro de cor aos quinze anos. hoje caiu-me nas mãos enquanto o arrumava na nova estante. de novo só mesmo a estante. os anos passaram, o livro a desfazer-se de velho e eu... eu acho que isto nunca me tinha feito tanto sentido como agora.]
Curtas
1
Precisava que olhassem para mim com outros olhos.
2
Cá dentro chove mais do que lá fora.
3
Não sei se vou voltar a rir-me para mim.
Precisava que olhassem para mim com outros olhos.
2
Cá dentro chove mais do que lá fora.
3
Não sei se vou voltar a rir-me para mim.
27.12.09
Previsão
A minha previsão é que dentro de um mês ou estou em depressão profunda, ou estou obesa ou estou louca. Em que é que apostam?
23.12.09
22.12.09
13.12.09
11.12.09
10.12.09
A 1000 rotações por minuto
Buy it, use it, break it, fix it,
Trash it, change it, mail - upgrade it,
Charge it, pawn it, zoom it, press it,
Snap it, work it, quick - erase it,
Write it, cut it, paste it, save it,
Load it, check it, quick - rewrite it,
Plug it, play it, burn it, rip it,
Drag and drop it, zip - unzip it,
Lock it, fill it, call it, find it,
View it, code it, jam - unlock it,
Surf it, scroll it, pause it, click it,
Cross it, crack it, switch - update it,
Name it, rate it, tune it, print it,
Scan it, send it, fax - rename it,
Touch it, bring it, Pay it, watch it,
Turn it, leave it, start - format it.
Trash it, change it, mail - upgrade it,
Charge it, pawn it, zoom it, press it,
Snap it, work it, quick - erase it,
Write it, cut it, paste it, save it,
Load it, check it, quick - rewrite it,
Plug it, play it, burn it, rip it,
Drag and drop it, zip - unzip it,
Lock it, fill it, call it, find it,
View it, code it, jam - unlock it,
Surf it, scroll it, pause it, click it,
Cross it, crack it, switch - update it,
Name it, rate it, tune it, print it,
Scan it, send it, fax - rename it,
Touch it, bring it, Pay it, watch it,
Turn it, leave it, start - format it.
8.12.09
7.12.09
4.12.09
Descompassado
Passo.
Passo a vida
a correr.
Passo a passo.
Ao ritmo de
um compasso
que me marca.
O passo.
Vai.
Passo a passo.
Sem temer,
sem saber.
Vai.
Mais um passo.
E passo a passo
cai o pano
e fica o tremor
de um abraço.
Sem espaço.
Cai o pano
e vê-se.
Do outro lado.
O senhor apressado
dos passos
acelerados.
Parado.
Sobe o pano
e cai o palhaço.
Passo.
Dispenso o passado.
Esses passos já
eu conheço.
Passo.
Pluff...
Já não consigo escrever. Nem por que tenho, nem por simples prazer. Já não consigo tirar ideias de dentro da cabeça e transforma-las em frases. A cabeça já não tem frases para dizer. E eu era tão cheia de tudo, e estou cada vez mais cheia de nada. De vazios que ocupam um espaço imenso, cada vez maior. Grande demais para continuar a ignorar. O faz-de-conta que está tudo na mesma, quando não está. Este nada tomou o meu lugar. Ocupou a casa onde eu vivia. Do lado de fora reconheço-me mas já não consigo entrar lá dentro outra vez. Sou um sem-abrigo da minha própria vontade, da minha cabeça. Resisto à resistência, mas uma das duas, em braço-de-ferro acaba por ganhar. E eu não resisto. Fico a vaguear do lado de fora da minha cabeça, a tentar voltar a entrar.
3.12.09
Subscrever:
Mensagens (Atom)