11.2.10

Rugas


Um dia quero ser avó. Daquelas gordinhas e rosadas, que usa casacos de malha com alfinetes de peito com história. Um dia quero ser avó. Daquelas que fazem bolos e biscoitos com formas e que deixa os netos rapar os tachos às escondidas, e comer mais doces do que deviam. Porque um dia quero ser velha, e não sei muito bem como é que vou lá chegar, porque o envelhecer não é tema com o qual lide pacificamente. Mas, um dia, quero ser avó. Daquelas bonitas, com poucas rugas, mas que não precisou de injecções de botox nem dez plásticas para estar assim. Um dia quero ser avó de netos, mãe de filhos, mulher de alguém para o resto da vida. E envelhecer ao ver os filhos crescer e os netos a vir, ao lado de alguém. Um dia quero ser aquela velhota que se olha ao espelho e ainda se sente bonita, sem precisar que a cirurgia estética lhe dê esse ar. Porque a felicidade virá de dentro, virá da vida que viveu. Da partilha, dos sonhos, dos prazeres. Dos momentos que marcam, que deixarão marca, mas não as rugas.

2 comentários:

Anónimo disse...

oh pah!!! Estou aqui numa choradeira que não me aguento! Podes por o meu nome por baixo se faz favor??? bateu-me forte este post, um dos teus melhores e eu li-os quase todos...

T disse...

(...também eu enquanto escrevia...)

Obrigada minha querida! Mesmo!