31.12.09

See you next year

Same place,
but hopping...
different shit.

29.12.09

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

[Fernando Pessoa]

28.12.09














Thanks to Sónia C. Facebbok.
[autoria desconhecida]

E um dia foi-se...
gigante como só ele
a arrastar o passo.
Sem olhar para trás,
orgulhoso como só ele
podia ser.
E um dia foi-se...
pequeno como só ele
a baixar a cabeça.
Sem olhar para trás,
desiludido como só ele
podia estar.

Metamorfose

Lá dentro
muito dentro de ti mesmo
- nem sabes -
há muitos, muitos homens,
tantos,
talvez os homens todos,
num espaço emq eu não cabes,
ao abandono, a esmo,
amarrados, mudos,
como lobos,
ou parados, castos,
como santos,
espreitando os dias
que hão-de vir,
farejando os rastos,
disfarçando enganos,
à espera de subir...
E numa hora certa,
quando o contexto, a sorte,
a ocasião, a dor,
algum deles desperta,
hás-de sentir
rasgar o ódio
ou desenhar o amor,
e verás afinal,
que ser desconhecido,
existe em ti escondido,
atrás do baço, incolor,
homem formal,
adormecido.

[poema escrito numa folha de papel, guardada num livro há 17 anos... confesso que não me lembro da autoria, por mais óbvia que possa ser. Agradeço que me digam se souberem.]

Como esquecer

(...) As pessoas têm de morrer, os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar. Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. (...)


Miguel Esteves Cardoso - Último Volume - 1991
[sabia este livro de cor aos quinze anos. hoje caiu-me nas mãos enquanto o arrumava na nova estante. de novo só mesmo a estante. os anos passaram, o livro a desfazer-se de velho e eu... eu acho que isto nunca me tinha feito tanto sentido como agora.]

Curtas

1
Precisava que olhassem para mim com outros olhos.

2
Cá dentro chove mais do que lá fora.

3
Não sei se vou voltar a rir-me para mim.

27.12.09

Previsão

A minha previsão é que dentro de um mês ou estou em depressão profunda, ou estou obesa ou estou louca. Em que é que apostam?

23.12.09

Sushi

Hoje jantei três quilos de soluços e acompanhei com dois litros de lágrimas.

22.12.09

Acabou-se a tinta.

16.12.09

Hoje acordei com certezas de tudo.
E ontem deitei-me com certezas de nada.

14.12.09

Vou só fechar-me numa gruta durante um ano, e já volto.

[Liguem-me quando isto tudo passar, ok?]



















©
Clair-Obscur by Art2mys

13.12.09

São as pequenas coisas que nos enchem a alma
e as
grandes que nos devastam o centro.
São as pequenas almas que nos enchem de coisas
e as grandes que nos devastam o centro.

10.12.09

A 1000 rotações por minuto

Buy it, use it, break it, fix it,
Trash it, change it, mail - upgrade it,
Charge it, pawn it, zoom it, press it,
Snap it, work it, quick - erase it,
Write it, cut it, paste it, save it,
Load it, check it, quick - rewrite it,
Plug it, play it, burn it, rip it,
Drag and drop it, zip - unzip it,
Lock it, fill it, call it, find it,
View it, code it, jam - unlock it,
Surf it, scroll it, pause it, click it,
Cross it, crack it, switch - update it,
Name it, rate it, tune it, print it,
Scan it, send it, fax - rename it,
Touch it, bring it, Pay it, watch it,
Turn it, leave it, start - format it.

8.12.09

E é quando ela pára para pensar, que percebe que já não o pode fazer. Já fez.
Detesta promessas, porque essas são sempre feitas quando é tarde demais, mas pede que lhe prometam que a levam daqui um dia.
"levas?"


[Fellini - La dolce vita]

7.12.09

Eu vejo-te a mim



[foto de Lina Scheynius]Daqui

4.12.09

Descompassado


Passo.

Passo a vida
a correr.
Passo a passo.
Ao ritmo de
um compasso
que me marca.
O passo.
Vai.
Passo a passo.
Sem temer,
sem saber.
Vai.
Mais um passo.
E passo a passo
cai o pano
e fica o tremor
de um abraço.
Sem espaço.
Cai o pano
e vê-se.
Do outro lado.
O senhor apressado
dos passos
acelerados.
Parado.
Sobe o pano
e cai o palhaço.

Passo.
Dispenso o passado.
Esses passos já
eu conheço.
Passo.



Pluff...


Já não consigo escrever. Nem por que tenho, nem por simples prazer. Já não consigo tirar ideias de dentro da cabeça e transforma-las em frases. A cabeça já não tem frases para dizer. E eu era tão cheia de tudo, e estou cada vez mais cheia de nada. De vazios que ocupam um espaço imenso, cada vez maior. Grande demais para continuar a ignorar. O faz-de-conta que está tudo na mesma, quando não está. Este nada tomou o meu lugar. Ocupou a casa onde eu vivia. Do lado de fora reconheço-me mas já não consigo entrar lá dentro outra vez. Sou um sem-abrigo da minha própria vontade, da minha cabeça. Resisto à resistência, mas uma das duas, em braço-de-ferro acaba por ganhar. E eu não resisto. Fico a vaguear do lado de fora da minha cabeça, a tentar voltar a entrar.
CHEIA DE LOREM IPSUM

3.12.09

Dó sustenido

















[foto de Lyna Scheynius] Daqui
Thank you Sónia.

Back from London


27.11.09

“When a man is tired of London, he is tired of life; for there is in London all that life can afford”


[Samuel Johnson. English Poet, Critic and Writer.1709-1784]

Vou e volto em breve.

25.11.09


Estou aqui,
a ver-me fora de mim
numa experiência
extra corporal,
extra sensorial.
Esse eu
que vejo hoje,
é o meu eu futuro
ou será?

Não consolidado.

23.11.09

Shot de felicidade imediata

É o que esta música me dá.

Absolutas

Enquanto procura as suas certezas,
aprecia as dos outros.

20.11.09

Saddest Song


On my first day back,
first day back in town
, first day...
my first day back in town

The clouds up above
they were humming our song

humming... humming our song.

My biggest fear is if I let you go
You'll come and get me in my sleep
My biggest fear is if I let you go
You'll come and get me in my sleep
Come and get me...


I set my course sailed away from shore
Steady steady as she goes
I crash in the night
two worlds collide

But when two worlds collide no one survives no one survives and
the reddest of reds the bluest of blues
The saddest of songs I'll sing for you and
my biggest fear is if I let you go
you'll come and get me in my sleep
My biggest fear is if I let you go
you'll come and get me in my sleep...

Come and get me...
come and get me in my sleep

Come and get me...
come and get me in my sleep.


[Morphine - The saddest song]

19.11.09

WHOOOOHOOOOO

LIVE DECEMBER 19th

ZOOT WOMAN at Bandung, Indonesia


[vou e já não volto]



18.11.09

Como fazer aquilo que sinto,
se aquilo que sinto é nada?

Faço nada, ou nada faço?

Free Fallin'


[Erlend Øye + Praça Vermelha + dedicado pelo An7ónio = just have to love it.]

17.11.09

The Compass


On the four corners of the bed
the body becomes a compass
describing the direction
of passion. Months of desire
arrive at this destination,
rocking on a single almost silent
wave we are sheltered
by darkness. The body
is a compass needle;
you turned me from east to west
awoke a sleeping giant that moves
between your mouth and breasts and legs;
the room illuminated by static electricity
thrown off by our bodies.
How many decades did I sleep
waiting only for you; I lust after you
in all the directions of space.
Meeting at the airport
your foot touching my leg
beneath the restaurant table,
we secretly entered an empty banquet
hall where the caterers chattered and
poured drinks behind a wall partition
then quickly leaving
we found a deserted hallway
of open office doors
where we embraced.
All the others in my life
fell away, I was ready
to abandon my old life for you,
for the touch of your hand
and mouth, the apple red and delicious
cut in half that I eat.
Tied to the four corners of love
as to a bed which becomes a compass,
I find you on your stomach,
on your back, in the morning
lying pressed against me.
It is not possible to return
to sleep now, it is not possible
to forsake your touch and love,
black lace, fingers, wetness,
your mouth, words. The compass
needle turns finding north switched
to east and west to south, night
becomes morning; nothing remains
as it was. You pointed my life
in a new direction, towards a corner
of the old only dreamt of before.
Outside the sun is red
descending behind a row of trees,
shadows fade into the other
unexplored regions of night.

(from The Compass, Empyreal Press, Montreal, 1993)
Copyright © Stephen Morrissey 2002

16.11.09

[...]









[remembering of myself in 1993]

13.11.09

Dr. Champalimaud:




















[Como fazemos? Vou comprar eu, ou tenho de lhe dizer o meu tamanho?]

Jimmy Choo para H&M.

12.11.09

Urge...

For a glass of red wine
For the blanket
For the beach at night
Urge...
for the cold drops in the window
while I get hotter
at the fireplace
Urge...
for the sleep
in the attic
for the letter
for the write
Urge...
for the words
who live in your head
to be written all over
my body.
(...)
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas

(...)
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
(...)




[Mário Cesariny - Welcome to Elsinore]

R.I.P

Temos, todos que vivemos,
uma vida que é vivida
e outra vida que é pensada,
e a única vida que temos
é essa que é dividida
entre a verdadeira e a errada.

Fernando Pessoa


[In your memory 1977-2009]

10.11.09

De tanto bater, o meu coração parou.

[hoje lembrei-me. ilustra-me]


No limbo

Estamos todos,
mesmo os que não sabemos.
Porque da direita
para a esquerda vai um sopro
e tombamos
entre quatro paredes
crescentes
como um sôfrego
que se entretém
a ver as dores reincidentes.
Pelo limbo andamos,
tombamos.
Não escolhemos.
Às vezes tem de ser.
O universo empurra-nos
e nós em queda-livre
planamos.
Aterra.
Na terra.
Um dia,
saímos do limbo
e não aterramos,
porque no ar,
a pairar
é para onde
afinal
vamos.
Acabamos.
























© [All around by CBJJBC]

8.11.09

Solutions

I just need to stop my head and turn off my heart

6.11.09

Trambolhões


Quando não há mais nada para cair caem os anjos. No meu colo. Fico sem fôlego. São tantos os meninos de caracóis loiros. E eu só tenho um colo. Quando caem anjos, caem sempre dois ou três e eu só tenho dez dedos para os segurar. Não tentes perceber, porque não é para entender. Este texto não é para ti. É para um anjo.

















Fotografia de
Lina Scheynius.

Vou ali casar com o Erlend Øye e já volto.

4.11.09

Sending out an S.O.S



[Kings of Conveninece - Hoje - Coliseu de Lisboa]

Nostalgia de um dia

I'm not so happy as I wished.
Instead, I'm missing the sad.

3.11.09

Eu.
Eu sou
cheia
de dúvidas.

1.11.09

Adeus lobo














Imagem retirada daqui.


Há alguns anos tive o prazer de o conhecer.
Porque os lobos não morrem, enquanto o seu uivo pairar no ar. Adeus António Sérgio.


Amanhã é o dia

Que muda o resto dos dias.

30.10.09

...

Fechei um capítulo com um ponto final, e pensei que depois desse se iam juntar mais dois. Mas afinal segue-se uma letra maíscula e o começar de uma nova frase.

28.10.09

Distinção


O JP, que tem uma outra vida miserável para além da minha, presenteou este blog com um selo de reconhecimento de Blog Instigante, que é como quem diz «Blogs que, além da assiduidade das postagens e do esmero com que são feitos, nos provocam a necessidade de reflectir, questionar, aprender e – sobretudo – que instigam almas e mentes à procura de conhecimento e sabedoria.»

E eu fico muito agradecida e retribuo a outros nove (diz que são só sete),
mas como sou do contra aqui vai:

Cálssio, congrats ao Mister An7ónio
El Mariachi Diaz, do Senhor Nuno Dias
Bad Girls Go Everywhere, de uma Bad Girl
Control Alt del, da minha querida amiga Zofia
Meninalimão, pela própria Menina Limão
O meu outro eu está a dançar
Crimes Perfeitos, da Marla
Inv3rs0, do Ricardo
Territorius, do TTC


Não foi uma porta que se fechou. Foi um postigo.


[agora só tenho de encontrar o portão que vou abrir]

The world belongs to the young and the beautiful

[i'm neither too young or too beautiful]

27.10.09

De quando a vida nos troca as voltas e nós damos a volta à vida


Um minuto pode e faz toda a diferença. É um minuto em que o coração pára, ou dispara. O minuto em que tudo muda de dentro para fora, porque por fora já era um reflexo. Basta um minuto para perder, para virar, para aproveitar e no entanto um minuto apenas parecem só sessenta segundos. O sangue acelera, o batimento cardíaco aumenta, as mãos transpiram, as pupilas dilatam, a cabeça rodopia e a alma não pára em lado nenhum. Naquele minuto percebemos que tudo o que conhecíamos até àquele momento desaparece como o conhecíamos para ganhar outra forma, mais difusa, mais longíngua, mais outra coisa qualquer que ainda não sabemos o que vai ser. E a seguir a esse minuto vêem outros, que se seguem de outros. E todos os minutos seguintes são diferentes, são os primeiros do resto da nossa vida.

O fim é sempre o princípio de outra coisa qualquer.

26.10.09

Será que sou eu que complico?


Será que sou eu que afinal sou complicada?

Ou será que há mesmo situações complicadas em que até as pessoas simples se complicam?

No just means try again.

23.10.09



[a gerência agradece a oferenda del Mariachi DiaZ]

22.10.09

Vejo aqui um padrão


59 seguidores e 599 mensagens .

Alguém que perceba de matemática ou numerologia pode decifrar isto?

[Ok, que 5 mais 9 dá 14, que somado dá 5. Ok, que 599 somado por partes dá 23, que somado dá 5. Até aqui já cheguei. Ok, que o meu número de personalidade também é o 5, mas porque raio fui eu reparar nisto? Logo nestes números?]

O dia começa bem quando

As pazes estão a caminho.
Acordamos a achar-nos mais magras.
Ouvimos que o Super Bock em Stock vem aí outra vez.
Lemos e-mails que nos deixam com um sorriso na cara.
Temos tempo para fazer uma máquina de roupa antes de vir trabalhar.
Humm...

20.10.09

Ou.tono

Do facebook e essas coisas


Já toda a gente falou sobre o facebook, e eu li tudo o que vi. As opiniões a favor, as contra e os argumentos. Se não entendia as razões que muitos apresentavam para não estar no facebook, tenho vindo a aproximar-me delas. Não sei se vou manter o meu perfil, ou se vou apagá-lo, para criar outro mais "limpo". Confesso que não percebo as pessoas que levam o facebook como a real-life, que fazem julgamentos e juízos de valor sobre o outro por aquilo que ali se escreve. Desde o interessante, ao ser muito cómica, ao ser antipática, ao estar a implicar, ao ser negativa, ao não ter nada a ver comigo... já ouvi de tudo - análises feitas com base no que lá vou escrevendo. De tal maneira que vi-me na necessidade de "explicar" que como espaço lúdico e público, não era para me levarem muito a sério, nem ao que eu escrevia ali, pois aquilo que ali se passa não é "realmente" a minha vida. Mas há gente que não percebe. Há pessoas até que nos conhecem há anos e que acham que não andamos bem da cabeça porque estamos a responder-lhes "mal" no facebook. Há gente que fala connosco ao telefone três vezes no mesmo dia, com quem gargalhamos e fazemos combinação, mas depois, por causa de uma resposta "interpretada livremente" no facebook (para não dizer que cada um lê consoante o seu próprio estado de espírito e faz as suas interpretações, boas ou más, consoante o que está a viver na altura) acham que estamos zangados ou mentalmente perturbados. Nós. Nunca eles. Haja paciência, que é coisa que eu tenho pouca.

14.10.09

Qual é a melhor prenda de anos que se pode ter?


Darem-nos 25 anos quando fazemos mais de 30.

Sorrisos. Sorrisos. Sorrisos.


[é claro que não foi a melhor, mas foi logo logo a seguir]
Parabéns a mim.
Hoje é dia de festa.

[de prendinha de anos quero:
um acordar com menos 5 quilos
um espelho com photoshop
um dia mais fresco do Senhor S. Pedro
um dia de folga do Senhor Boss
um incessante tocar de telefone
um beijo de todas as amigas e amigos
um almoço de sushi com gente animada
um jantar de polvo à lagareiro com la família
uma viagem a NY
um iPhone, um iPod 160GB e um Audi Q7
(só porque gosto de coisas com i no nome)
e uma surpresa]


12.10.09

Last addiction

Nova tendência

Ou é só impressão minha? Já por algumas vezes percebo que há homens, normalmente dois, não necessariamente os dois hetero, que se juntam para almoçar sushi e falar das vidas amorosas, nomeadamente dos seus divórcios. Isto não sou eu a ouvir conversas alheias. Isto são mesas muito próximas em restaurantes japoneses e muitas idas sozinha para matar o vício. Hoje voltou a repetir-se e eu, enquanto me chegavam excertos de um diálogo aos ouvidos, ia pensando se esta moda seria uma importação dos States, sob uma nova roupagem de "O Sexo e a Cidade", versão masculina, se é apenas uma coincidência ou se eu que devia começar a levar um livro para me entreter os ouvidos.

11.10.09

Fui votar ainda embriagada

Mas nem assim os meus dedos fugiram para o Santana. (post hoje às 13h)


[Adenda
às 00h28:
pelos vistos houve mais gente e ir votar em estado de embriaguez, mas esses pelos vistos iam bem piores do que eu, tal foi a quantidade de dedos errantes que atingiram os boletins de voto.]

Some girls are bigger than others


[and some are better, in a mean way]

8.10.09

Dúvidas, dilemas e questões


















Porque é que uma mulher com uma skinny jeans e uns sapatos de salto vermelhos se sente logo uma pin-up?

Imagem daqui

Factos

Hoje de manhã
estava uma
porca grande

parada
na segunda
circular.

7.10.09

Há dias
em que só apetece
mandar um
grande palavrão
em voz alta.
Hoje é um dia.

Seis personagens à procura de autor










TEATRO
S. LUIZ - 17 SET A 18 OUT. Mais aqui

[porque eu sou uma autora à procura de quatro personagens, em sete no total.]

6.10.09

Da Ira e outras coisas


É tão bom ir ao cabeleireiro e sair de lá pior do que se estava, não é? Aliás, é tão bom ir ao cabeleireiro para perceber que o nosso cabelo estava tãaaaaaao mais giro como estava. Ainda para mais, quando o próprio do cabeleireiro nos diz que temos um cabelo com uma cor e ondulações lindíssimas. E nós, vai de nos enchermos de vaidade e entregamo-nos nas mãos de tão bondoso "peliceiro" (vem de piloso+carniceiro). Bastardo!! Para ajudar à festa, ainda pagamos para nos destruirem a imagem, a auto-estima e quiçá as vantajosas connections dos próximos meses. Posto isto, não sei se chore, se vomite ou se vá lavar o cabelo mais uma vez e experimentar outros produtos
para ver o que acontece. Já passa da meia noite e até agora não arranjei uma solução que me permita ir amanhã trabalhar. Parece-me que amanhã vou outra vez ao cabeleireiro - a outro - remediar o mal que foi feito. Ou isso ou passo os próximos meses de cabelo em ganchos ou sem sair de casa.

[mas eu sou estúpida mesmo, que insisto em fazer coisas em dias não, e em não ler os sinais. Hoje era nitidamente um dia para não-fazer-nada. Daaaam me!]


Uma pessoa pede isto:




















e vem de lá assim:




























[Lyrics by Kings of Convenience]

Heaven or Hell?












































© Lydia Lys Limalhigazi, in "i still miss you" magazine, 5

Abra-ca-da-bra

Um metro e quarenta
por um metro e noventa
esticados.
Seis quilos
de calor sonoro
deitado aos pés.
Uma janela
de ar fresco
aberta.
Um poeta e um nobel
deitados ao lado.
Um chá de jasmim
à espera
descansado.

2.10.09

Dragão


Cuspia fogo frio.
Labaredas contidas
vindas da gruta
de um cardíaco esquecido.
Empoeirado
de teias de aranha,
soltava o grito
mas não a centelha.

30.9.09

Heshe


Teimava em comprar t-shirts de tamanho demasiado pequeno e em pintar o cabelo, mesmo sem ter brancos. Insistia em manias que já se tinham tornado ridículas só pela insistência de continuarem a existir e não por ainda serem realmente maneiras. As novas perdiam credibilidade. E depois tinha certezas, muitas vezes absolutas, que confirmava no segredo do seu lar, às escondidas, usando as tecnologias ou o manancial de livros que o rodeavam. Sentava-se na esplanada com os cigarros pretos de sabor a chocolate, acompanhado de um caderno preto e de um lápis, e sorvia de um só trago o café demasiado quente para lhe conseguir sentir o sabor. Preferia o caderno ao computador, porque os seus dedos disléxicos distorciam-lhe o sentido das frases e a ortografia das palavras que tanto prezava. Até neste texto, na quarta linha em vez de escrever “manias” escreveu “maneiras”, porque os seus dedos eram extremidades soltas que ganhavam uma electricidade própria quando perto de equipamentos electrónicos. Por isso preferia sempre um caderno preto, com um cordel que saía da contra-capa e atava à capa numa espiral ordenada.

Os seus passos eram dados a escapar, dos olhares alheios, por virar os seus sempre para baixo, pregados nas linhas do eléctrico ou nas palavras dos outros, que muitas vezes tomava para suas.
Um dia desses, um dia comum, esbarrou. Alguém ao inverso cruzava o caminho. Olhava para cima, para os fios da cidade e caminhava de olhos pregados nas janelas, desmasiado abertas e iluminadas, em jeito de provocação. Parou e por uma vez olhou em frente.


A minha dança da chuva, parece ter resultado.

29.9.09

"I talk before I think, you shoot before you know (...)

So somehow we're the same, we're causing people pain (...)"


[kings of convenience - rule my world]

28.9.09

Asfixiei a Insónia com a almofada e nem assim ela morreu.

Chorei e não devia

Fui ver a performance teatral "As passagens do tempo" no Museu da Electricidade, e embora a peça em si não fosse de cariz dramático nem triste, com excepção para um texto particularmente emotivo - o penúltimo - que começava assim "sei quando é que vou morrer. Vou morrer no dia 6 de Outubro de 2018. Eu sei. Sei que daqui a cerca de dois verões vou conhecer uma rapariga e sei que o meu pai vai falecer daqui a três verões..." e era mais ou menos esta a sequência.
Mas chorei e não devia. Chorei de raiva, de revolta de tristeza. Chorei de assunto mal-resolvido. Chorei porque devia ter tido a coragem de falar com X, de ter tentado mais e mais e com mais força e mais uma vez. Chorei com pena de mim própria. Chorei de revolta por um assunto que pensava estar arrumado na minha cabeça, mas que não ultrapassei ainda. Chorei porque aquilo que é meu não me pertence.


24.9.09

Notas mentais:

1 - Nunca ir à secção de informática da Fnac à hora de almoço, vestida com uma t-shirt e calças coleantes e munida de uma boa dose de mau-génio, pois a zona é habitada só e apenas por elementos do sexo masculino que devem sentir as feromonas a saltar.
2 - Nunca ir à Fnac munida de dinheiro e fúrias, pois corro o risco de gastar 220€ num ipod ou telemóvel novo.
3 - Não ir a um centro comercial com dinheiro e neura, sob risco de compras impulsivas e compulsivas, que vão certamente ser todas devolvidas (este tem a ver com item anterior, mas não só).
4 - Nunca comprar arroz árabe para almoçar, aquecê-lo no microondas e constatar que a embalagem de plástico está derretida no final, porque aumenta a probabilidade de amanhã acordar com um cancro.

[mas valeu a ida: kings of convenince ticket já cá canta.]











Em versão dupla












[esta imagem vale por ela própria, mas apesar de tudo, a quem me lê preciso de fazer parêntesis. porque já devem ter-se deparado com uma ou outra dislexai nso meus textos - não imaginam as que eu corrijo - e porque tenho um gato chamado Romeu, e porque há muitos muitos anos brinquei no Teatro com esta peça de Shakespeare, que re-intitulámos de Romieta e Julieu]

Imagem retirada daqui

23.9.09

Mrs. Cold [it's me]



Hey baby, Mrs. Cold

Acting so tough,
didn't know you had it in you so be hurt at all
You waited too long
You should've hook me,
before I put my raincoat on

Oh can I get it
Oh can I see
You were fronting because
You knew you'd find yourself vulnerable around me
Oh can I get it
Oh can I see
You feel vulnerable around me

Hey, baby
what’s going on?
You lost control and you lost your tongue
You lost me
Deaf in my ear
Nothing you can say is gonna change the way I feel

Oh can I get it
Oh can I see
You were fronting because
You knew you find yourself vulnerable around me

Oh can I get it
Oh can I see
I step too close to your boundaries

You wanted nobody around to see
You feel vulnerable around me

Hey baby
What is love?
It was just a game
We're both playing and we can’t get enough of
We're both playing and we can’t get enough of
We're both playing and we can’t get enough of



[Kings of Convenience]

Love you boys



[i'll never feel saturation for this guys. Mal posso esperar para os ver ao vivo at Great Beautiful London]

22.9.09

50. OBA!

[agradecida]

É do caos que nasce a arte

E o meu espaço está tão imaculadamente arrumado.

21.9.09

Coutdown


Há quem festeje os 100, os 500 ou o milhão.
Eu fico contente por festejar os 50.
Só falta um.

Seguidores deste singelo e bipolar blog os meus agradecimentos.


[e hoje celebra-se também o início da minha estação. sou uma filha do Outono. cheers.]

18.9.09

Obrigada não é ele próprio uma contradição?


Porque se eu retribuo um favor, uma gentileza, uma ajuda ou resposta que seja - partindo do princípio que é feito de livre vontade - com um "obrigada", a mim soa-me sempre a uma insinuação contraditória de que a outra pessoa o fez obrigada.


[eu prefiro dizer agradecida ou grata, mesmo podendo parecer uma do Restelo]

17.9.09

Love the idea
















[The idea here]

Isto é provocação ou isto é provocação?!?



[A tentar organizar-me - mais duas alminhas - para irmos a
Londres no 5 de outubro, o que não está fácil, e estes fulanos a brincarem comigo!]

Insónia

Se não a podes vencer,
dança com ela.

Enjoy!

Desapareceu de sua casa


Já a procurei em todo o lado. Nos sítios mais óbvios e nos lugares inesperados. Na esperança de decifrar um estratagema de esconderijo mais apurado. Mas nada. Em nenhuma das caixas, e são muitas. Não estava nas gavetas. Nem nas grandes, nem nas pequenas. As meias também não a viram. Debaixo da cama vazio. Procurei na cozinha, dentro do frigoríco, nos vasos e até no cesto do pão. Vi debaixo do sofá, das cadeiras, afastei almofadas, revirei armários. Parti para o baú das revistas velhas, para os cortinados, nos copos das velas. Nada. Tentei nos cantos do tecto, não fosse estar aprisionada por uma aranha. Levantei todos os tapetes, afastei os móveis. Tirei os quadros. Pedi ajuda ao gato para a encontrar e continuou a ser nada o que encontrei. Não sei da minha inspiração.

14.9.09

[In]Capacidade



















[de destruição impressionante].
Leia-se no rótulo de instruções que me acompanham.

Podem chamar-me Boneca Russa
















Tenho muitas eu dentro de mim e eu sou uma junção de várias. Todas muito parecidas, mas nenhuma das eu são exactamente iguais.

Ontem a esta hora decidi perder-me em St. Petersburgo

Podem pensar que era por não querer voltar. Mas é mentira.

3.9.09

Lisboa fica a 4573 quilómetros de Moscovo e vice-versa.


[Do svidaniea
. Volto em breve]

Recently in love...




















Agora que viram, querem ouvir?
É só irem aqui ou aqui

[love feminine women with balls and attitude singing]

Fiquei sem espaço
na minha caixa de recordações.
Ontem arrumei as últimas.

2.9.09










© by T.




Until we bleed


I'm naked
I'm numb
I'm stupid
I'm staying
And if Cupid's got a gun, then he's shootin'

Lights black
Heads bang
You're my drug
We live it
You're drunk, you need it
Real love, I'll give it

So we're bound to linger on
We drink the fatal drop
Then love until we bleed
Then fall apart in parts

You wasted your times
On my heart
You've burned
And if bridges gotta fall, then you'll fall, too

Doors slam
Lights black
You're gone
Come back
Stay gone
Stay clean
I need you to need me

So we're bound to linger on
We drink the fatal drop
Then love until we bleed
Then fall apart in parts

Now we're bound to linger on
We drink the fatal drop
Then love until we bleed
Then fall apart in parts

[Likee Li]

Ontem à noite
lavei o Verão
e estendi-o no varão
do meu estendal.

27.8.09


Sempre à espera do dia em que me levanto, pego em mim, e entro num avião para Londres,
sem adeus e sem despedidas. Sem datas.
Só porque sim.

25.8.09

Equilíbrio


"Equilíbrio é a habilidade de olhar para a vida a partir de uma perspectiva clara - fazer a coisa certa no momento certo.
Uma pessoa equilibrada será capaz de apreciar a beleza e o significado de cada situação seja ela adversa ou favorável.
Equilíbrio é a habilidade de aprender com a situação e de prosseguir com sentimentos positivos. É estar sempre alerta, ser totalmente focado, e ter uma visão ampla.
Equilíbrio vem do entendimento, humildade e tolerância. O mais elevado estado de equilíbrio é voar livre de tudo e, ainda assim, manter-se firmemente enraizado na realidade do mundo."

by Brahma Kumaris

(Om shanti)

My heart's on fire, i'll reach out for you... tonight

Quiet


A cidade está quase vazia. Quase se houve o silêncio impossível do resto do ano. Não deixa de ser estranho. Entre a ausência de barulho ouve-se a Europa parlar italiano, or speaking English. Na cidade quase vazia, ouve-se o silêncio sem esforço. Impossível no resto do ano, não deixa de ser estranho.

24.8.09

Um murro no estômago

Embrulhado em papel azul e fita de cetim.
Brutal.