19.3.09

18.03.09 - 03:48"


Hoje fechei os estores da janela do meu quarto devagar para não te acordar. A ti, Paulo, a ti, Carlos, a ti Jorge, a ti Artur, a ti Sérgio, a ti Zé António e a ti Nelson. Quando vos deixei, deixei-vos a dormir um sono pouco tranquilo, embalado pelo ruído tumule da cidade que parece que não dorme. Deixei-vos nos vossos cantos, nas arcadas, nos jardins, nas ombreiras. Deixei-vos na rua que hoje à noite é a vossa casa, e a de amanhã e de depois e de depois. E quem sabe a de anos, que por distracção passam e vocês ficam. De uma maneira ou de outra, por esta razão ou aquela, um dia viram-se assim nas mãos do destino que não vos cuidou.
Há vidas maltratadas nos olhos cansados, há maltratos à vida nos olhos irados, mas em comum há olhos tristes, olhos perdidos, olhos mal amados. E debaixo da lua nada se esconde: e tu, tu e tu sabes disso. Sabes bem fugir e esconder-te e sabes onde tens o refúgio do corpo, quando a tua alma já há muito vagueia por aí. Ela conhece as ruas de Lisboa melhor que ninguém. Anda por aí perdida, aos caídos, um pedaço em cada lado. E eu espero que um dia a consigas juntar, porque eu vou estar cá para te aplaudir.

4 comentários:

stories behind objects disse...

comentário nos comentários do post do dia 30, ok?

stories behind objects disse...

dia 20!!

T disse...

Ai rapariga que me baralhaste toda!!!!!

T disse...

AAAAHHHHH já percebi! [não sabem o
que dizer] é o teu comentário ;)


BEIJOSS