5.3.09

O tempo passa e nada passa.


Julgo que esta frase é de um cantor, ou escritor brasileiro. E se a disserem com sotaque torna-se, de facto melodia. Se ninguém o disse, digo-o eu, e quem sabe, poderei ficar na história por esta frase. Apesar do seu tom musical, não é uma afirmação simplória. A passagem do tempo, que se traduz facilmente em anos e na idade, é algo que me perturba de há uns tempos para cá. Se sinto esse tempo a passar e as suas repercussões, por outro lado sinto-me num bunker, onde, por obra de um qualquer argumentista de mau gosto, vivo a mesma história repetidamente, vezes e vezes sem conta, ano após ano, sem que nada aconteça, sem que nada mude a não ser eu para pior.
Hoje, este incómodo voltou ao de cima, por dentro está sempre, ao deparar-me com o tema da capa de uma revista semanal. E se a mudança tanto me atrai como me assusta, é também inevitável e incontornável muitas vezes, pela exterioridade dos factores. E quando nada do exterior nos abala o suficiente para provocar uma mudança? E quando nada do interior é forte o suficiente para a encetar? É nestas alturas que gostava de ser a adolescente inconsequente, ou a louca impulsiva. É nestas alturas que sinto os efeitos adversos da idade. O comodismo, a calmaria, a quebra de energia, de fé, de capacidade para acreditar, mesmo querendo. Sei que pareço uma velha, mas de facto, o que nada faço é de velha com a vida acabada. E o pior é que, não sei quando a minha vida acaba. E se isto dura muito mais?

1 comentário:

Unknown disse...

...este teu post de hoje, emocionou me...e já não é a primeira vez!!

;)