28.5.09

A pressão da pressa


Com o mediático e o imediato é-nos exigido acompanhar, estar a par e assimilar todas as novidades e informações que possam fazer de nós cidadãos mais actualizados e culturalmente mais completos. A necessidade, ou imposição, de dominar todos os temas e assuntos carrega-nos nos ombros e sobrolhos um peso, ao qual depressa nos temos vindo a adaptar, porque se não aprendermos a correr rápido somos passados à frente, na sociedade da informação tecnológica. Nesta ânsia de estarmos todos up-to-date, andamos aí não mais do que joguetes nas mãos de um qualquer
brain maniac dos jogos de computador gigante, que se diverte a ver estas peças, qual The Sims versão city, a interagir e a cumprir tarefas do dia-a-dia, das mais básicas aos grandes desafios. O que é esquecido é que não funcionamos, ainda, com chips, nem controladores remotos, e que há uma coisa, uma pequena e tão simples coisa que pode atrapalhar esta maravilhosa invenção megalómana, uma coisinha tão pequenina mas que pode ser um bug do sistema, de tal forma problemático, que o jogo um dia dá o flop. É a alma.

27.5.09

Sou uma nulidade tão nula, que até me anulo a mim própria

Há pessoas que nos invejam as coisas boas

Por muito pouco que sejam, ou por muito poucas que sejam. Mas essas pessoas que invejam as nossas coisas boas, muitas vezes não sabem do outro prato que nos pesa da balança. E provavelmente também não sabem que dariamos tudo e todas essas coisas que tanto desejam , para ter uma das coisas más resolvida. O que essas pessoas que invejam não sabem, é que o sentimento negativo que emitem é uma energia, que acaba por influenciar negativamente o alvo da sua inveja. E como já tinha dito aqui em tempos, é uma coisa que não percebo. Não sou desprovida desse sentimento, obviamente que não, mas faço os possíveis e impossíveis para o evitar. De mim como destinatária, e como receptora. Porque a minha história de vida tem histórias que não lembram ao diabo, em que a inveja foi o motor de desgraça. E porque a minha vida está ligada a outras vidas que faço por proteger, tento manter essa inveja longe do meu peito, longe de de mim, longe da minha vida, e por consequência longe dos que me estão próximos.

Será?


Mas será que esta semana está a concorrer ao guiness de "semana mais comprida do ano"?
É que se for o caso, alguém que me avise.

26.5.09

Acontecimentos absolutamente espectaculares

O meu "filho" já raramente dorme no meu quarto e agora quer emancipar-se e sair de casa.
Após sacrifícios de dieta, consigo destruir tudo em 30 minutos ao "engolir" uma tablete inteira, das grandes, de chocolate e arroz tufado que me vai fazer certamente ganhar a celulite que ainda não tinha.
Em apenas 56 dias a conduzir o carro novo e já consegui ter um acidente.
No mesmo mês em que tive a revisão e inspecção do carro velho, também tive um casamento, comprei uma viagem e hoje arranjei uma despesa extra fabulosa para cômpor o ramalhete.
Acho que o meu anti-rugas me faz borbulhas, o que é no mínimo irónico para já não falar de uma gozação descarada na minha cara.
A crise chegou oficialmente a minha casa, à minha conta e à minha vida e parece-me que vou passar o resto do ano com exactamente com o mesmo que tenho hoje... nem mais um livrito, nem mais um sapatito, nem uma pulseira sequer.

[E já não é mau. Apesar destes queixumes todos tenho muita sorte em ter na minha vida duas pessoas insubstituíveis.]

A melhor maneira

De melhorar os humores do dia é ouvir coisas queridas como:
Estás com má cara, o que foi?
Estás doente?
Vais comer umas Oreos? Então e a dieta?
O ordenado? Só lá para sexta-feira!
Então... pois... o arranjo do carro é capaz de andar aí pelos 1000€.

[Obrigadinho. Passar bem.]

Bater sem magoar


Começou bem o dia. Acordei antes do despertador (acontecimento digno de champanhe, confetis e serpentinas, pois acontece 2 vezes ao ano), fiz os afazeres matinais obrigatórios que incluiram preparar o almocinho super saudável para levar para o trabalho e calçar sabrinas de verão.


Saí de casa a uma hora aceitável, que me permitia chegar ao trabalho "quase" a horas. Tinha o carro estacionado à porta de casa, à sombra, e ainda vi uns vizinhos meus, fiz festas no cão fofo deles e um adeus à bebé do mesmo casal, que muito sorridente olhava para mim. O sol brilhava, o calor sentia-se já na pele, o dia estava lindo. Eu ia feliz e contente pois ia conseguir chegar à agência e ainda ver os e-mails e beber um café calmamente, antes de ir para estúdio gravar um spot de rádio. E depois bati.














© Luís Almeida @ olhares.com

25.5.09

Nuno Markl disse, e eu assino por baixo


Há algumas semanas, num dia soalheiro, junto à Marginal, um circo encarregou-se de me estragar o dia. Mas isso é o menos: um dia estragado, para mim, será sempre uma coisa relativa quando alguém tinha o dia - ou, melhor dizendo, os dias - muito mais estragados que o meu: um dromedário debatia-se com uma chocante falta de espaço, encafuado dentro de uma jaula, sem saber o que fazer ao longo pescoço. Uma vida sem sentido, enfiada mal e porcamente numa caixa. Como um brinquedo, mal arrumado dentro de uma embalagem pequena demais.

Chamem-me esquisito, mas eu tenho esta ideia de que não é suposto um dromedário estar em Carcavelos, ao pé da Marginal. Muito menos amarfanhado numa jaula da qual sai só à noite, para entreter os humanos da linha de Cascais.

Como este dromedário, há muitos outros animais - grandes, pequenos, selvagens, domésticos - transformados em bonecos de corda confusos e tristes, em circos espalhados pelo país. E sim, eu já fui criança e preparo-me para ser pai. Sei o quão apetecível é a perspectiva de estar perto de animais extraordinários e vê-los levar a cabo feitos impensáveis. Mas os verdadeiros feitos impensáveis destas criaturas são os que eles levam a cabo todos os dias nos seus habitats naturais, de onde, em muitos casos, estão a desaparecer. A maneira como sobrevivem, como se organizam, como levam as suas vidas em liberdade e sem que haja um ser humano desumano a obrigá-los a fazer habilidades à força do chicote.

Há tanta gente a queixar-se que Portugal é um país eternamente atrasado, que é um país que não anda para a frente; sem dúvida que tratar os animais desta maneira abjecta para fins de entretenimento em nada contribuirá para que progridamos. Pelo contrário: isso mantém um dos pés da nação firmemente plantados no passado. E não é num passado qualquer: a existência de circos com animais e a maneira como tanta gente continua a caucionar essa existência, sejam particulares ou empresas (supostamente modernas, sofisticadas e responsáveis) que continuam a apostar neles, por exemplo, para as suas festas de Natal, é algo que - não tenhamos ilusões e enfrentemos a realidade - faz de nós um país demasiado medieval para o século XXI.

Somos melhores do que isso. Se admiramos os animais ao ponto de querermos que os nossos filhos os vejam de perto e os adorem, ensinemos-lhes que adorar um animal, é ter a consciência de que não é suposto um elefante, um tigre, uma pantera viverem dentro de jaulas num terreno vago ali ao pé de um prédio de apartamentos.

Provemo-nos merecedores de sermos chamados de humanos e civilizados. Sensibilizemos quem tem o poder de impedir que a terrível exploração de animais continue a acontecer nos circos portugueses.

Os circos podem - devem - continuar a existir. Inúmeros circos bem sucedidos, espalhados pelo mundo inteiro, conseguiram provar que um circo sem animais consegue ser ainda mais extraordinário e surpreendente que um circo que segue a via mais fácil e depende deles, arrogantemente, para fazer dinheiro. Um circo sem animais consegue mostrar o engenho humano voluntário de mil e uma formas surpreendentes. E isso é muito mais interessante e estimulante, para adultos e crianças, do que continuar a exibir o engenho animal forçado.

Nuno Markl

Yeeeahhh! Welcome to the new country

Gosto muito.



[Charlie Winston - Like a Hobo]

21.5.09

Mas o que é que se passa comigo?


Que é só lésbicas a olharem para mim?

Não acho bem


Tenho a dizer-vos que há coisas que não acho bem:

Não acho bem eu ter entregue o meu IRS no 1º dia e ainda não ter recebido o reembolso.
Não acho bem a inundação de cremes e pílulas milagrosas para combater a celulite, no mercado, quando sabem muito bem que celulite não tem cura.
Não acho bem os monopólios da electricidade, dos caminhos-de-ferro, do gás, da água.
Não acho bem
que os Pais só tenha 10 dias de licença de Paternidade.
Não acho bem que tenham criado o preservativo feminino, e ainda não haja a pílula masculina.
Não acho bem os "plágios" na publicidade, nem as "consultorias criativas" gratuitas.
Não acho bem gente talentosa desempregada, só porque tem "personalidade" vincada.
Não acho bem que com tanta evolução, tanta grandeza comercial, e pioneirismo, ainda hajam pessoas a dormir na rua e a dependerem de uma refeição de boa-vontade.
Não acho bem que muitas ideias fiquem na gaveta por não serem precedidas do aval de um Sr. Dr.


[a ordem é arbitrária, não representando qualquer tipo de prioridade ou importância, nas observações]

20.5.09

Letra


Having said what I needed to,
Having shown what I feel for you,
What my intentions have been today.
Now it's time for you to do the same.
And no love can be guaranteed.
It don't come with no warranties.
It's a leap you have to make.
It's the risk we all must take.

Well it's clear where the cutting line
Woke up deep for the longest time.
But I can't offer any help.
You must do this all by yourself.
And no love can be guaranteed.
It don't come with no warranties.
So wake up, or wake up alone.
If you want me, show some
Courage, courage, courage, courage,
Courage, courage, courage, courage,
Courage, courage, courage, courage,
Courage, courage. Show some
Courage, courage, courage, courage,
Courage, courage. Show some
Courage, courage, courage, courage,
Courage, courage.



[Courage do The whitest Boy Alive - vídeo mais abaixo]

18.5.09

Fabuloso, Reinaldo Serrano


"O quarto poder é um quarto. Com vista sobre a cidade que já não o é; sobre as ruas que já o foram; sobre as casas que deixaram de o ser.

O quarto poder é um pai; e um filho tornado órfão por uma bala certeira; errada no alvo, errada na hora, errada no tempo que faz do lugar a morada última de um quotidiano que se extingue.

O quarto poder é um fogo; ingrato nos modos, ousado na fuga, intenso na cor, injusto nas vítimas.

O quarto poder é um mar; um oceano de raiva, um elemento à deriva, uma ausência de razão, um lamento inconsolável, um ímpeto de sobrevivência.

O quarto poder é um sopro; de espada em forma de pena, de penas em forma de espadas, de imperfeitos pretéritos, de distorcidos desejos, de ódios e iras e túmulos, e vidas e mortes e destinos, e estilhaços e condições desumanas.

O quarto poder é um berço; a inocência do dia primeiro, segundo a segundo; o choro e o riso, o siso e o norte, o sol e o sul, o leste e o oeste, os cardeais preciosos que guiam, precisos, o começo da nova vida.

O quarto poder é um voto; um desejo dobrado em quatro, a esperança feita num oito. Promessas, palavras vãs, ínvios caminhos, passos perdidos, leis e normas e regras e o melhor dos países e os oásis e os pântanos, e a pose a pensar na posse, no quero, no tudo, no mando.

O quarto poder é um piano; as teclas o prolongamento do tacto; a pauta a serenidade literária, a mão, silhueta temerária, e a mente, suavemente brilhante, tem na partitura o efeito, e na causa cheia o aplauso.

O quarto poder é um golo; um passe em profundidade; um drible, um truque, um remate, uma falta como se pecado fosse, um alento, um país, uma forma de vitória, a outra forma da derrota.

O quarto poder é uma luta; um jeito de desespero; a tábua do náufrago, os argumentos do facto, o mais dos que têm menos, o menos quando são demais.

O quarto poder é um acto; as horas que dele decorrem, as vidas que nele se perdem, as incertezas do dia e a inevitabilidade da noite.

O quarto poder é um arbítrio; um acaso disfarçado, um fogo-fátuo do nada, de tudo a fatalidade, de todos a provação, de muitos a privação, de quem a responsabilidade?

O quarto poder é pergunta; e resposta e mais pergunta, e tese e antítese e síntese; e os dias que hão-de vir, a nobreza do dever, a missão de não esconder, de mostrar, de saber, de fazer saber, de saber fazer, olhar e explicar.

O quarto poder é um quarto. Um quarto revisitado, um pai que é baleado, um fogo inacabado, um mar assim tresloucado, um sopro sentenciado, um berço de novo ocupado, um voto mais uma vez escrutinado, um piano a ser tocado, um golo que é celebrado, uma luta que dá brado, um acto premeditado, um arbítrio incontrolado, uma pergunta no estrado.

O quarto poder é um nome: SIC. O orgulho de poder dizer."


[A SIC Notícias tem transmitido uma auto-promoção com o excelente texto que acabei de reproduzir. Dizem que o autor é o jornalista Reinaldo Serrano. Os meus Parabéns! Se não for, por favor digam-me para poder atribuir o seu a seu nome.]

Porque hoje é segunda-feira

E eu podia ser uma destas meninas!



[Whitest Boy Alive - High on the heels.]

15.5.09

Há muito tempo que não vos dou música!

Já é a segunda do The Whitest Boy Alive que aqui coloco.
Gosto muito deste mocinho. Uma palavra só: COURAGE.


14.5.09

A minha Mãe toda a vida me disse:

"As coisas boas guardamos para nós"

É por isso que não falo aqui das coisas boas que tenho na vida. Não é por mal, mas habituei-me a ser reservada naquilo que mais estimo. Tenho medo de as pôr da boca para fora, e as perder.

13.5.09

A minha cara hoje

Não sabia

que trabalhar em publicidade também dava para trabalhar em Centros Recreativos. Isso e no circo.


[tenho que explorar essas possibilidades mais a sério, já que para cobaia sirvo]

12.5.09

Alguém me ajuda?


Como é que se vai vestida para um casamento na praia, mesmo memso na areia, em Maio (daqui a 10 dias), quando não se sabe se vai fazer frio e chuva, ou sol e calor, quando se está branca esquálida como um boião de nivea e não se tem dinheiro para grandes aventuras? Como???

Li isto na blogoesfera da vida

"Os homens são incapazes de manter uma relação de amizade. Ou porque perdem o interesse sexual, ou porque o ganham. Mais dia, menos dia, mas acontece sempre."


Eu não podia estar mais de acordo.

[Li isto algures na blogoesfera em tempos e tinha aqui guardado. Se o/a autor/a (apesar de eu achar que foi uma mulher que escreveu) passar por aqui e reconhecer o escrito, por favor identifique-se. Quero beijar-lhe os pés.]

Eu até gosto de peixe


Mas estar chateada e não ter dinheiro para gastar, faz-me ficar mais chateada, o que me faz ter mais vontade de gastar dinheiro e perceber, quando estou quase a resvalar na tentação, que não posso mesmo. E eu até gosto de peixe, mas não gosto nada de pescadinhas de rabo na boca.



[Tudo isto por culpa da vida de esbanjamento que fiz o mês passado. E só para chatear, este mês é a feira do livro e eu não só tenho um casamento, como a revisão e a inspecção do carro.]

Estou tão cheia de ideias

Mas tão vazia de palavras

7.5.09

Obrigada


Antes de mais nada, obrigada aos que directa ou indirectamente ajudaram positivamente quando vos pedi boas energias: vocês sabem quem são.
Depois queria dizer-vos que não resultou. Não tive o que queria e esperava. Agora não sou capaz de dizer mais nada, mas volto em força brevemente.
Beijos e Abraços.



[de volta à realidade]

6.5.09

Estou a fazer-me de forte

mas no fundo ESTOU UMA MERDA! ESTOU TRISTE E REVOLTADA!

[nem me apetece doses glaciares de chocolate, nem comprar sapatos como se o mundo acabasse amanhã... vejam bem o meu estado] [P.S.: São quase 3 da manhã e adivinhem lá o que estou a fazer...a remoer... a remoer com uma insónia valente. Porreiro pá!]

An old friend



Não sei como estive tanto tempo sem os ouvir, mas hoje quando quando cai na tristeza e revolta do choro convulsivo, só me lembrava desta música, desta letra, deste fiel amigo que em tempos me acompanhou em momentos parecidos. Bless you Mark Sandman, and your soul.

5.5.09

Cheguei ontem à conclusão


De que sou azeda. Posto isto vou entregar a minha carta de demissão da função de ser humano, por incapacidade de cumprimento das funções básicas, alegando dificuldades de enquadramento, encaixe e comunicação, nos parâmetros requeridos. Como tal, adeusinho e vemo-nos noutro sítio.

Tu consegues T

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© design de Menina Limão, retirado do
blog com o mesmo nome.

4.5.09

És um Lobo, Antunes!


Há muito tempo que não escrevo um texto destes. Para quê? ninguém lê. Não é por falta de ideias, não é por falta de tempo, não é por falta de intenção nem intento em escrever. Não me faltam as palavras, nem a forma de as dizer. Tenho assunto e tenho vontade, mas perdi algures o porquê?

E agora, ao ler-te, deste-me vontade de voltar a escrever António. Cada vez que te leio tenho de parar um bocado. Só aguento o cigarro na mão e as passas que ele me dá. Deixas-me assim com o que escreves, António. E trato-te por tu, porque entras na minha vida, em minha casa, até no meu quarto - esse lugar tão reservado. E porque me entras assim na vida, assumo o direito de te tratar por tu. Como se fôssemos velhos amigos de outros tempos, de outras épocas (porque nesta a geração roubou-nos o tempo) como se partilhássemos uma amizade cúmplice. Mas não te trato por tu por fallta de respeito. Conheço-te um pouco da alma, com o que me deixas escrito, o que queres... O que é que queres? Assumo que te dás assim, e eu entro num delírio acordada de que, eventualmente, um dia, te virei mesmo a conhecer e a privar contigo. Que me elogias os escritos, por caridade, para depois me ensinares todas as tuas técnicas. Para depois riscares as minhas folhas todas, de alto a baixo, como um professor tolerante, que se dá ao trabalho de pegar na caneta e corrigir e melhorar e se dedicar. Mas isto tudo não passa de um devaneio, de uma fuga, para evitar o simples facto de não andar a escrever. Tudo isto foi um esquema para que te compadeças de mim, e para que, quando me leres, não aches tão mau assim.


[escrito dia 25 de Abril, depois de ler uma crónica na Visão, uma semana antes de estar na Feira do Livro para falar com ele]
:)

A psicanálise e a auto-análise


A avaliar pelo que tenho ouvido nos últimos tempos, das pessoas mais próximas, e das que não o sendo, convivem muitas horas comigo, começo a achar que estou à beira de um diagnóstico de bipolaridade ou esquizofrenia e que a possibilidade de ser internada no HJM por um distúrbio do foro comportamental, está para breve.

3.5.09

As benditas férias


Que precisava delas, é verdade. Estava um caco. Se estou recomposta e prontinha para começar uma semana que já sei (por portas travessas) se avizinha de stresses, a começar com uma reunião amanhã às 10h e outra às 11h e terça-feira de filmagens?! Não. Nada preparada. Aliás, estou mais caco do que estava antes.
Arranquei dia 24 de Abril para o Porto, e desde ir a Espinho, ver filmes no Festival Imersivo, a três dimensões num dome, apanhar muito frio e chuva, conhecer o Parque da Cidade, as docas de Gaia, toda a "marginal" que vai da Ribeira do Porto à Boavista e mais além, dançar músicas do mundo no Contagiarte, passear e lanchar pelos Aliados, fazer compras extenuantes num shopping gigantesco daqueles do norte... entre muitas outras coisas que não vou mencionar, fiquei cansada.
Depois, voltar terça de madrugada para Lisboa, para um grande acontecimento, passar horas na Loja do Cidadão, mais outras burocracias chatas noutros sítios, passeio pelo chiado em busca dos sapatos para um casamento, jantar num italiano muito bem regado de sangria com os ex-colegas do curso de guionismo, ter um valente ataque de insónias, que me deixou ver o sol nascer, mais um dia a acordar tardíssimo e a não render, até que a noite chegou num instante e o jantar no nepalês, seguido de um copo com uma amiga no Chapitô. Outro dia, waffles com quatro amigas na Haagen-dasz, subida para a Feira do Livro, voltar a casa a correr mudar de roupa, fazer telefonemas, voltar ao chiado para jantar com outra amiga, seguido de uma fila no Crew Hassan para comrar bilhetes, seguido de caminhada até ao Marquês para uma festa Underground Lisbon, que não valeu nada, mas me levou para casa às 5h30 da manhã, para acordar outra vez tardíssimo, ir ao Pingo Doce fazer as compras para casa, comer uma salada e ir calcorrear outra vez para a Feira do Livro, esperar na fila para falar com o excelentíssimo senhor Lobo Antunes, voltar para casa a correr de metro, mudar de roupa, voltar a ir para a zona da Avenida, para a cerimónia de encerramento do Indie, seguido de concerto dos Ena Pá 2000 no Maxime, seguido de um finalmente estou em casa a dormir. Acordar cedo, pegar no carro, conduzir 40 quilómetros para pegar nos meus pais e correr três restaurantes na Ericeira, todos a abarrotar e com filas de espera de 1h30. Conseguir começar a almoçar às 15h30 da tarde, voltar a pegar nas coisas que ficaram em casa, voltar para Lisboa, demorar o dobro do tempo a chegar, porque o trânsito estava coeso, sentar-me 15 minutos a comer gelatina e voltar a pegar no carro para dar uma boleia até à estação do Oriente. Voltar a casa às 20H30 e borregar finalmente. Ainda não parei, ainda não jantei, tenho a casa de pantanas e são 21h25.
E amanhã é dia de acordar cedo e ir trabalhar!

[AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!]

Se eu continuar com este mau feitio

Ainda acabo sozinha.