26.3.10



Tenho uma pulsão incontrolável por janelas com a luz acessa. Os meus olhos saltam à procura de intimidade, de peças, de pormenores dos outros. Não é voyerismo. É mais forte do que eu. É entrar sem ser convidada.
Conheço a maioria dos candeeiros das casas das zonas antigas de Lisboa. E as cores das paredes, quadros, e topos de bibliotecas. De algumas casas conheço até as salas de jantar completas, e os quartos. Hoje foi uma noite recheada, no largo junto à casa dos bicos, tive o tempo necessário para olhar um prédio que há muito me cativa. Uma parede vermelho sangue de boi e um candeeiro com muitos globos brancos, muitos. Ao lado um quadro enorme, e ainda as estruturas em madeira de casa velha. Pé alto enorme. Estantes enormes. Livros, muitos e mais candeeiros, e de vez em quando uma sombra. E eu, cá em baixo, a espreitar, a imaginar o resto que não vejo, à espera de ser convidada para entrar.

Fotografia daqui

2 comentários:

Miss G disse...

Partilho zm pouco dessa tua curiosidade, embora nao conheca nenhuma casa de cor. Acontece-me quando vou de carro (a pendura) olhar para as casas e quase sentir como elas sao por dentro. Imagino que tipo de pessoas a habitam. Tudo isto em (milésimos de) segundos. Penso que enquanto as pessoas nos permanecerem desconhecidas, permanece também esse encanto de observar e imaginar.

bj

puPupiTu disse...

é curioso o quanto somos diferentes e ao mesmo tempo iguais (semelhantes, vá!).
tirando o facto de falares de uma casa especifica, poderia ter escrito este post. e assino por baixo, do comentário da Miss G :)